Prêmio ANEFAC Profissional do Ano destaca executivos em Finanças e Economia, Contabilidade, Administração e Jovem Destaque
O 35º Prêmio ANEFAC Profissional do ano de 2020, o mais tradicional da entidade, acontecerá em 16 de dezembro. Quatro executivos serão premiados nas respectivas categorias: finanças e economia, contabilidade, administração e jovem destaque. A escolha dos ganhadores é feita on-line pelos próprios associados, de acordo com o perfil de cada categoria.
Para se tornar um executivo do ano ANEFAC, o profissional precisa construir uma carreira de confiança, saber trabalhar em equipe, ser estrategista, possuir responsabilidade corporativa, ser transparente, ser líder e ser empreendedor, confira o perfil no regulamento aqui.
A primeira edição da premiação foi em 1985. Desde então se consolidou como um dos principais Prêmios no país a reconhecer àqueles que contribuem para a construção de um país melhor. Em 2020, os ganhadores são Finanças e Economia: Henrique Freire, CFO da EDP, Contabilidade: Tadeu Cendón Ferreira, board member da IFRS Foundation, Administração: Alexandre Velilla Garcia, CEO da Cel.Lep, e Jovem Destaque: Mariana Ramos Dias, CEO e Co-Founder da Gupy. Conheça mais sobre os premiados de 2020:
Finanças e Economia
Henrique Freire, CFO da EDP
Com uma história dividida entre Brasil e Portugal, sua trajetória profissional envolve passagens pelas áreas de finanças corporativas, fusões e aquisições e pelo empreendedorismo. Em finanças corporativas se desenvolveu em planejamento financeiro, orçamento, auditoria, estruturação financeira e reestruturação de dívida. Na área de fusões e aquisições, tem experiência no processo de avaliação de empresas, due dilligence, aquisições alavancadas, estruturação societária e fiscal, operações com private equity e negociação de contratos.
Entre 1997 e 2010, atuou no Banco Chemical Finance, Arthur Andersen (atual Deloitte) e na KPMG. Em 2010, como sócio, participou da internacionalização de uma rede portuguesa de varejo. É licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, com intercâmbio na Alemanha e Bélgica, e MBA na Universidade Nova de Lisboa.
“Acreditamos que, num mundo sempre mutante, os profissionais – particularmente os da área financeira – precisam revisar constantemente suas competências e habilidades. A pandemia evidenciou que, além das respostas técnicas, eles precisam ter também uma visão holística do negócio para conseguir reagir rapidamente em momentos críticos. Mas, para ter essa diversidade de soluções e inovar, uma companhia tem de levar a sério a diversidade da sociedade e tentar trazê-la para sua operação, ampliando a capacidade de criar soluções e de antecipar riscos e oportunidades. E, a melhor forma de garantir a complementaridade de visões e talentos é ter, representada na companhia, a diversidade de gênero, de raças, de orientação afetivo-sexual, de culturas, religiões, idades ou de qualquer natureza. Na EDP, por exemplo, acreditamos que a diversidade e a inclusão são imperativos éticos”, relata Henrique.
Para ele, num mundo cada vez mais complexo, será necessário especializar-se e buscar um conhecimento aprofundado e robusto de seu campo de atuação, além de atualizar-se constantemente e estar antenado com as principais tendências em discussão no mundo. “Mas esse conhecimento especializado precisa estar combinado com a habilidade e a flexibilidade para interagir com diferentes áreas de negócios”, avalia.
Contabilidade
Tadeu Cendón Ferreira, board member da IFRS Foundation
Concluiu o curso de administração de empresas no final de 1988 e já no primeiro semestre de 1989 começou o curso de contábeis. Em julho de 1989 entrou como trainee de auditoria na Price Waterhouse de Belo Horizonte. Em 1997 foi transferido para São Paulo, para integrar a equipe técnica da firma e, a partir daí, começou a fazer parte das equipes de trabalho no IBRACON. Em 2001 foi para um intercâmbio de dois anos em Londres, no grupo técnico global da, naquele momento, já PwC. No ano seguinte ao seu retorno, 2004, se tornou acting partner da firma. Depois de 30 anos, em 30 de junho de 2019 deixou a PwC, empresa do qual tem grande orgulho de ter trabalhado, para, no dia seguinte, assumir a posição de board member do IASB.
“Acho que um bom profissional, assim como um bom pai, deve dar exemplo e buscar formar a próxima geração. O nosso sucesso somente é completo se conseguirmos dar a ele sustentabilidade, um legado. Cada um de nós tem responsabilidade de ajudar no estímulo e na formação de novos talentos, para nos suceder com ainda mais sucesso, sem tolher sua capacidade de criar, fazer diferente, pois adaptabilidade é uma qualidade requerida e devemos estimulá-la”, diz Tadeu.
Segundo ele, a capacidade de adaptação faz toda a diferença. Isso inclui a capacidade de combinar, de trabalhar em conjunto. “A multidisciplinaridade, pode e em geral, é atingida pela combinação de pessoas. Não acredito no superprofissional. O ser humano foi feito para interagir, combinar com seus pares e vencer junto. Esse prêmio eu não conquistei somente com o meu trabalho, mas com o apoio, sacrifício e generosidade de minha família e daqueles com quem trabalho ou trabalhei. O profissional de agora e do futuro é aquele que se adapta, sabe trabalhar em conjunto, respeitando seus pares e as diferenças”, pondera.
Administração
Alexandre Velilla Garcia, CEO da Cel.Lep
Iniciou sua carreira como trainee de auditoria e consultoria há mais de 25 anos. Após mais de 10 anos, migrou para a área corporativa de empresas multinacionais, assumindo posições de liderança na área de finanças (controller e CFO). Em 2012 foi convidado para ser CFO do Cel.Lep, que acabara de ser adquirida por um fundo de Private Equity americano. Em 2017 assumiu a presidência com uma agenda intensa de transformação digital, expansão nacional e lançamento de novos produtos.
“Acredito que a frase: novos tempos, novos talentos é brilhante! Não poderia traduzir melhor o que estamos enfrentando. A disrupção nos negócios, no comportamento humano de consumo e na própria relação entre as pessoas é notória e, obrigatoriamente, todas passando pelo digital. Para enfrentar e liderar com sucesso esses “novos tempos”, precisamos de “novos talentos” antenados e preparados para esse novo mundo moderno, global e digital”, conta Alexandre.
Na visão dele, é importantíssimo ter visão multidisciplinar, mas é imperativo que o profissional esteja antenado e tenha se preparado (ferramental técnico) para o mundo digital. “Visão estratégica, ética e relacionamento interpessoal são muito relevantes. Esses aspectos conjugados determinarão o sucesso do profissional do futuro (já presente!!!)”, alerta.
Jovem Destaque
Mariana Ramos Dias, CEO e Co-Founder da Gupy
Formada em administração pela Universidade de São Paulo (USP-SP) e com especialização por Stanford. Assim que se formou entrou no programa de trainee da Ambev, que foi sua primeira grande experiência profissional e nessa empresa trabalhou por quatro anos desde trainee, analista, gerente de gente e gestão até BP de gestão para todas as fábricas do Brasil. Foi nessa última função que teve o insight para construir uma solução que a ajudasse a ter maior agilidade e assertividade nos processos seletivos, o que depois virou a Gupy.
“Não vejo que novos tempos, exigem novos talentos. Sim, são novos tempos, mas não necessariamente precisamos trocar por novos talentos. Todos nós precisamos nos reinventar e desenvolver novas competências e habilidades. Sabemos que a educação formal está cada vez ficando mais defasada se comparada com o que é demandado pelo mercado de trabalho e, por isso, acredito que as empresas terão um papel fundamental em oferecer suporte para que os seus talentos internos consigam aprender e se desenvolver, constantemente, para estarem preparados para esses novos tempos. Termos como upskilling e reskilling tem sido falados cada vez mais que é a requalificação dos talentos, isso eu acredito muito e, também, no potencial do ser humano de crescer e se reinventar”, relata Mariana.
De acordo com ela, diversas empresas hoje avaliam o profissional muito além da sua formação e habilidades técnicas. “Esse profissional do futuro, que hoje é o que chamamos de um talento, é aquele que independente da sua formação tem um repertório de mundo composto por grandes conquistas, que são reflexos de competências muito importantes nos dias de hoje como agilidade, adaptabilidade e resiliência. Outro ponto importante, nessa discussão, é que ao avaliarmos assim esses profissionais também analisamos de onde eles partem para compararmos conquistas, de acordo com os meios que cada talento foi exposto, algo que acredito ser muito importante para termos profissionais mais diversos e, consequentemente, empresas mais inovadoras e produtivas”, finaliza.