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Leonardo George de Magalhães, diretor de finanças e relações com investidores da CEMIG
Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece. A CEMIG já esperava há alguns anos a sua inclusão entre as ganhadoras do Troféu Transparência, quando em 2004, a notícia chegou via telegrama. Leonardo George de Magalhães, diretor de finanças e relações com investidores, relata que esse realmente foi um momento muito gratificante a todos.
De lá para cá, a empresa já integrou a lista das ganhadoras 17 vezes. Mesmo assim, ele conta que todos os anos é motivo de grande orgulho receber a premiação da ANEFAC, tendo em vista a reputação do Troféu Transparência e a reconhecida seriedade e rigor técnico no processo de seleção das ganhadoras.
“Representa um importante reconhecimento externo do nosso esforço permanente e contínuo de melhoria na qualidade das demonstrações financeiras e, também, do compromisso de transparência que temos com os mais de 200 mil acionistas e demais partes interessadas”, ressalta Magalhães.
É importante lembrar que o processo de transparência está em constante evolução, segundo ele, sendo convergente com o processo de transformação do ambiente, onde, cada vez mais, é exigido das empresas um maior comprometimento com as melhores práticas ESG.
Neste contexto, a demanda por informações objetivas e claras, que possa explicar o negócio de forma direta, permitindo uma redução na assimetria de informações entre a administração e demais partes interessadas, na visão de Magalhães, está crescendo. “Na mesma direção, é exigida cada vez mais das organizações a apresentação objetiva dos seus compromissos com a pauta ESG. Muito mais que discursos, ações efetivas e compromissos objetivos firmados”, explica.
Mas para que isso aconteça e para que as demonstrações financeiras sejam transparentes, o mais importante é que a empresa consiga desenvolver a sua cultura, criando um ambiente interno que favoreça o espírito da transparência e a busca da qualidade na divulgação das informações, muito mais do que a técnica e as melhores práticas de execução.
Fundada em 1952, a CEMIG é uma empresa reconhecida nacionalmente e internacionalmente por suas práticas sustentáveis. Está no seu DNA e cultura. Toda a sua geração de energia tem origem em fontes renováveis. É uma das poucas empresas brasileiras que fazem parte do índice Dow Jones Sustainability desde a sua criação.
“Nos dias atuais, a pauta ESG passou a ser uma exigência também dos nossos investidores e agentes de financiamento, mudando o patamar de discussão dentro do ambiente corporativo. A transparência é um valor inegociável para nós, convergente com o que acreditamos como relevante para a sustentabilidade das nossas operações”, explica Magalhães.
Em tempos de ESG, renovação da matriz energética é necessária
O setor de energia vem passando por profundas transformações. Muitas delas disruptivas, como o incremento maciço de investimentos em fontes de energia renováveis, em plantas eólicas e energia solar, principalmente no nordeste brasileiro, com níveis de eficiência entre os maiores do mundo. Minas Gerais, por exemplo, onde a empresa está sediada, é um dos estados com o maior investimento em fontes solares, principalmente no Norte, o que mudará nos próximos anos, de forma significativa, a matriz energética brasileira, a forma de operação do sistema e o relacionamento com os clientes.
A CEMIG possui um programa de investimentos desafiador para os próximos cinco anos. Dos R$ 22,5 bilhões previstos para esse período, R$ 3 bilhões serão realizados em 2022 somente na atividade de distribuição de energia no estado. Esse cenário é impulsionado pelo aumento da oferta de energia que tem um efeito muito positivo e relevante para o aumento da renda, desenvolvimento do ambiente de negócios e criação de empregos.
“Para o ano que vem externamente, não podemos esquecer, como é de conhecimento público, estamos lidando com o baixo nível dos reservatórios de água, sendo muito importante o uso consciente dela pela sociedade de forma a evitarmos os riscos relacionados a oferta de energia. E, assim, uma maior pressão nas contas de energia em função do maior acionamento das usinas térmicas. Internamente, a empresa busca continuadamente a eficiência operacional e execução do seu programa de investimentos, em um ano que certamente será afetado pelo cenário de eleições majoritárias”, finaliza Magalhães.