Nem sempre é fácil imaginar como alguns negócios podem entrar nas nossas vidas. Ultimamente muitos têm surgido, uns chamados de startups e outros de negócios individuais. São empreendedores que apostam em sair dos seus trabalhos e serem donos da própria empresa. Mas, no Brasil, o desafio para assumir as rédeas são muitos, vão desde mercado, tributos, estratégias e carreiras, por isso, a ANEFAC realizou em 16 de agosto, em São Paulo, evento para discutir o assunto.“Quando falamos em startups podemos fazer um raio X dos seus fundadores, essas empresas estão transformando a mentalidade e a forma de fazer negócios. Para abrir qualquer empresa é preciso ter uma bagagem corporativa, saber de onde e para onde serão feitos investimentos. Todo o tipo de negócio está mudando. É necessário um novo ator, um perfil diversificado, ousado e criativo. Precisa equilibrar a visão do cliente com a organizacional”, explicou Ricardo Santos, arquiteto enterprise do Itaú Unibanco e diretor executivo da ANEFAC.
Do ponto de vista de David Kallás, sócio da KC&D e head de administração da ANEFAC, para que um negócio ou uma startup possa sobreviver como o Uber, por exemplo, é preciso muitos consumidores e muitos produtores. “As plataformas que fazem sucesso devem ser gigantes em um mercado muito dinâmico. Se for empreender nessa área é necessário pensar e ter cautela sobre a criação da plataforma, pois vai precisar de dinheiro”, adverte.
Para Kallás, o raciocínio para entender por que as empresas morrem é simples. Falta dinheiro, o custo pode ser alto, vende pouco e não têm clientes ou eles estão insatisfeitos, ou ainda, a oferta não tem diferenciais. “A abordagem mais presente em empreendedorismo é a causation x effectuation”, aponta. “Quando a gente fala de empreendedor ainda é muito insipiente as startups no brasil, somos empreendedores em vários setores e não no tecnológico”, ressalta Emerson W. Dias, vice-presidente de capital humano da ANEFAC.
Já quando o assunto é carreira, Dias aponta que devemos pensar mais como uma sequência de experiências de trabalho. “Precisamos criar empregos que impactam as pessoas, juntar carreira e as necessidades humanas em empreender, não existem fórmulas prontas, é sempre preciso olhar os riscos”, analisa.
Com relação aos desafios, Edinilson Apolinário, sócio da Austin Associados e head de tributos da ANEFAC, o empreendedor precisa escolher o modelo societário adequado porque a carga tributária influencia no negócio. Ou seja, a forma de constituir o negócio reflete no resultado. “No mundo dos negócios, por trás de cada componente se avalia com cuidado o produto, mas é importante saber como posicioná-lo de acordo com as vantagens tributárias. O negócio deve sempre ser o foco e não o fisco”, chama a atenção.
Criador da Atleta.co, uma startup com a missão de trazer tecnologia para os brasileiros e dar autonomia a todos os praticantes de esportes, Alex Frazatti, trouxe as suas experiências e dificuldades ao empreender no Brasil. “Comecei ainda muito jovem e os desafios ao gerir um negócio são muitos, pois as vezes estamos preparados tecnicamente, mas precisamos de conhecimentos diversos que não se tem”, finalizou.