Leila Martins, diretora de Operações e Dados da Serasa Experian
Em uma era de transformação, as pessoas não têm mais tolerância com práticas de governança inadequadas. Buscando sincronizar o Troféu Transparência – Prêmio ANEFAC-FIPECAFI-SERASA EXPERIAN com o que a sociedade mais deseja, em 2019, a 23ª edição traz como tema central “O Brasil quer Transparência”.
A bandeira do Prêmio é incentivar a transparência nas empresas e em consequência atender os anseios da sociedade. O Prêmio transcende as demonstrações financeiras. “O tema foi muito bem constituído e no momento certo, pois a sociedade clama por mais transparência. Não somente nas demonstrações financeiras, mas nas ações e em todos os âmbitos. Estamos acompanhando esta grande transformação e acreditamos fortemente neste caminho”, diz Leila Martins, diretora de Operações e Dados da Serasa Experian, empresa apoiadora do Prêmio.
Welington Rocha, diretor-presidente da Faculdade Fipecafi
Para Welington Rocha, diretor-presidente da Faculdade Fipecafi, que faz a análise técnica do Prêmio, a bandeira de transparência não é necessariamente da sociedade como um todo, por enquanto, mas, pelo menos, de alguns setores relevantes da sociedade brasileira tem havido uma demanda crescente por mais transparência dos três poderes. “Estive há alguns meses com o ministro da transparência e da CGU, Wagner Rosário, e me surpreendeu o quanto ele está preocupado com isso e demonstrou grande conhecimento, inclusive, da questão da transparência contábil”, explica.
Reforçando esse pensamento, Ariovaldo dos Santos, professor da Fipecafi e FEA-USP e responsável pela comissão avaliadora do Prêmio, entende que há esforços significativos nesse sentido, da busca pela transparência, mas os resultados mostram que ainda estamos distantes de alcançarmos esse objetivo. “Não podemos nos esquecer que a transparência que o Brasil busca não deve estar restrita às demonstrações financeiras produzidas pelas empresas. O Brasil quer também a transparência dos “Três Poderes””, adverte.
Ariovaldo dos Santos, responsável pela comissão avaliadora do Prêmio
“As demonstrações financeiras traduzem o conjunto de iniciativas em curso dentro de uma empresa. Por trás dos números, estão envolvidas todas as áreas: desde o devido registro de seus colaboradores (recolhimento dos tributos de forma correta, das horas que seus colaboradores trabalham, das condições dignas para que o funcionário execute suas tarefas, relacionadas a maquinários, equipamentos de segurança, assistência médica, treinamentos, incentivos etc.), do atendimento a seus clientes, das vendas realizadas, do recolhimento dos tributos Municipais, Estaduais e Federais, do envolvimento com a sociedade, do cuidado com o meio ambiente. Ou seja, uma empresa resume nas suas informações atividades que impactam todo o seu entorno”, avalia Martins.
A diretora da Serasa aponta como ponto muito positivo, que tem acompanhado nos últimos anos, é a valorização deste tema não só por questões regulatórias. “Atualmente, temos empresas de médio e pequeno portes tratando suas demonstrações como verdadeiras vitrines, para expor, além de seus resultados, suas ações sociais. No fim do dia, isto se converte na valorização da sua marca”, ressalta.
O Troféu Transparência reflete nos demais processos da empresa, de acordo com Martins, as demonstrações financeiras são, na verdade, uma “fotografia” que registra um ano ou anos de trabalho. Imagine quantas histórias poderiam e são contadas pelos representantes das empresas no fechamento de um Balanço Patrimonial e tudo pode servir como aprendizado. “As empresas que encaram desta forma, valorizam a divulgação dos seus resultados, tratam isto como processo natural e certamente conseguem alavancar negócios com parceiros, clientes e fornecedores”, reforça.
Santos também entende dessa forma “não podemos nos esquecer que, principalmente nos dias atuais, as demonstrações financeiras são elaboradas com a participação dos diversos setores das empresas. Faço parte do grupo de pessoas que acredita que o exemplo é a melhor forma de se passar a terceiros aquilo que se espera deles”.
“Independentemente das leis que regem a obrigatoriedade de divulgação das demonstrações financeiras, vivemos na última década uma importante evolução nesta questão. Antes, a palavra “transparência” estava associada a grandes companhias e a discussão ganhou relevância pelos graves problemas enfrentados por algumas delas, que se tornaram públicos. Mas hoje, com a evolução tecnológica, pequenas e médias também divulgam resultados em seus próprios sites motivadas pelo desejo de crescimento. Nossa base de dados de balanços tem aumentado de forma significativa, ano a ano, impulsionada por este desejo. Empresas que participam de licitações, que buscam alavancar suas parcerias, ampliar a base de clientes ou de fornecedores entenderam que o compartilhamento das demonstrações financeiras gera muito mais oportunidades, pois dá credibilidade e mais segurança para a realização de negócios”, pondera.
Rocha vê dois tipos de avanço sobre a transparência nas demonstrações financeiras, e não necessariamente por iniciativa ou virtude das empresas. “Por um lado, alguma evolução devido a uma luta promovida por entidades ligadas ao setor de contabilidade, como a Fipecafi, por exemplo. Por outro, em razão da evolução da consciência dos consumidores e de seus órgãos representativos, forçando as empresas a darem mais satisfação aos mercados”, pontua.
Para ele, o lado negativo é que grandes corporações continuam resistindo em divulgar informações contábeis à sociedade e pelo menos parte dos membros do Congresso Nacional parece estar jogando do lado delas e não da sociedade como um todo. “O setor automotivo é um exemplo dessa resistência. É inacreditável que, apesar disso, governos dos três níveis continuam a oferecer benesses tributárias a elas”, acredita.
Na visão de Martins, quem ganha com o Troféu Transparência – Prêmio ANEFAC-FIPECAFI-SERASA EXPERIAN é o país. Quando falamos de empresas ganhadoras, estamos falando daquelas com excelentes práticas de governança corporativa. “Reconhecer este esforço, divulgar os resultados diretos e indiretos desta ação certamente estimulará outras organizações a seguirem o mesmo exemplo. São ações que tem como consequência direta fazer um Brasil cada vez melhor”, finaliza.
Conheça as empresas ganhadoras do Troféu Transparência – Prêmio ANEFAC-FIPECAFI-SERASA EXPERIAN:
