Assista o conteúdo em vídeo na íntegra do Congresso ANEFAC
A alta competitividade empresarial é a grande motivadora para a geração de negócios e para a inovação. Mas é também o grande desafio enfrentado diariamente nas empresas pelos executivos. A Indústria 4.0 traz uma verdadeira revolução no mercado, muda a forma como os negócios são gerenciados e operados. Com a mudança, a tecnologia atuará como base fundamental para otimizar processos e operar de forma mais estratégica, além de usar a coleta de dados como fonte valiosa.
Nesse cenário, as empresas que se adaptarem e conseguirem extrair o máximo das tecnologias e do conceito de Indústria 4.0 irão alcançar altos índices de competitividade e, inclusive, reduzir custos. Desta forma, o 21º Congresso ANEFAC abordou a temática com bastante relevância no cenário de 2019. “Sempre procuramos um tema para explorar com conteúdo técnico durante todo o evento e que possa fazer a diferença no dia a dia dos executivos. Nossos congressos buscam trazer à tona temas para colaborar com o desenvolvimento de todos e do Brasil”, explicou Milton Toledo, presidente nacional da ANEFAC.
Seja em um país ou em uma empresa, não há dúvidas que a aplicação da Indústria 4.0 está relacionada à gestão. “Congressos, no geral, são sempre importantes por conta da troca de experiência, da vivência e de informações. No caso do Congresso ANEFAC, temos um evento bastante diversificado, com executivos de todos os setores transmitindo suas experiências e cases de inovação na área da Indústria 4.0”, observou Toledo.
Conectividade, negócios e riquezas
As transformações dos últimos tempos têm sido avassaladoras para o mundo dos negócios. A tecnologia muda muito rápido e as empresas, às vezes, não conseguem acompanhar essa velocidade. Concorrentes surgem todos os dias, forçando, muitas vezes, o fim de alguns modelos de negócios. “As redes de negócios podem se beneficiar da conectividade que a Indústria 4.0 promove. A riqueza é gerada pelo fluxo de bens e serviços através de transações e contratos por uma rede de negócios que envolve os participantes que são os consumidores, os fornecedores, os bancos e os parceiros, dentro de uma geografia cruzada e com delimitações regulatórias”, disse Carlos Rischioto, líder técnico da Plataforma de Blockchain da IBM Brasil.
Para o executivo, é necessário transferir ativos e gerar valor e o dinheiro também é um ativo. Os livros razão são o sistema de registros de um negócio. “As empresas têm diferentes livros razão para as redes de negócios nas quais participam. Existe ainda a transação e o contrato. Com o blockchain para negócios, o livro razão é compartilhado, replicado e permissionado. E requer confiança”, analisou.
Rodrigo Bauce, financial instruments specialists da KPMG Brasil, acredita que o monitoramento com livro razão com métodos de partidas dobradas já existe desde o século XV (com o Pai da Contabilidade Luca Pacioli). “Mas sim é uma tecnologia nova (por um ponto de vista) e que vem apresentando progressos. Como qualquer assunto, precisa de amadurecimento e existe um longo caminho de percurso ainda. Para as várias possibilidades que se descortinam e desafiam a contabilidade, ainda existe uma dependência de posicionamento regulatório e normativo”, explicou.
De acordo com Simone Furegato, líder de Supply Chain da PwC Brasil, toda essa revolução da Indústria 4.0 abre novos caminhos para o crescimento da lucratividade. “As empresas mais preparadas irão encarar esse período de transformação como uma oportunidade de crescimento de receita e lucratividade a partir da visão de redesenho do supply chain de suas organizações para a próxima revolução, sempre com foco no atendimento das expectativas dos consumidores”, avaliou.
“As ondas de inovação estão agrupadas em torno de algumas tecnologias e impulsionam mudanças em toda a economia e sociedade. Este é o mecanismo de condução das revoluções industriais que passamos, a tecnologia está reformulando nosso mundo. As organizações falham na captação de todo o potencial do digital devido à falta de alinhamento, velocidade e foco na liderança”, disse Fabiano Negrão, diretor executivo de Advisory Services da EY.
Segundo ele, os princípios para as transformações digitais de sucesso são: decodificar o contexto externo e interno da organização, criar um ponto de vista próprio sobre o futuro desenvolvendo um caminho de transformação, além de repensar o modelo de negócio da empresa, partir do problema de negócio e do cliente e não da tecnologia e gerenciar a incerteza e inovar continuamente, falhando rápido e barato.
Com o fim das fronteiras entre os mundos físico e digital, para Ronaldo Fragoso, sócio de Market Development da Deloitte Brasil, é preciso ir além do “business as usual”. “Os impactos nas relações entre clientes e fornecedores, nas dinâmicas de trabalho, nos ecossistemas existentes e na sociedade da Indústria 4.0 é enorme. As empresas são mais digitais, interconectadas e autônomas, possuem a capacidade de comunicar, analisar e usar dados para ações mais inteligentes no mundo físico. A nova realidade digital altera padrões da indústria e das operações, provoca uma transformação completa”, ponderou.
Nessa mesma linha, Toni Hebert, diretor de Risk Advisory Services, Cyber Segurança e Tecnologia da Informação da BDO Brasil, mostrou que o mundo evoluiu, houve uma imensa evolução tecnológica que possibilita a integração completa de dados e os produtos fluem por meio de processos. “Antes era a otimização de células isoladas, com a Indústria 4.0, a interação da máquina/processos com os consumidores, permitirá a customização sobre pequenos lotes”, explicou.
Em outra vertente, Fabio Mattoso, líder executivo de Watson Health na IBM Brasil, acredita que a Quarta Revolução Industrial traz tecnologias que tornam tênues as linhas entre as esferas física, digital e biológica. “Um dos principais efeitos disso é o aumento da produtividade humana. Em tempos em que os dados são o novo petróleo e em que estão disponíveis novas tecnologias como a robótica e a inteligência artificial, podemos fazer escolhas inteligentes com mais rapidez do que nunca. Isso influencia negócios em todos os setores”, ressaltou.
Adriana Fellipelli, CEO da Fellipelli, mostrou que mundo e o mercado de trabalho na era da transformação digital são completamente diferentes, por isso, as empresas precisam ter mais eficiência, um melhor desempenho, competitividade, vantagens competitivas e equipes capazes de líder com tudo isso. “É necessário uma mudança completa na forma que as empresas e lideranças enxergam as pessoas dentro do processo da revolução da Indústria 4.0, e a neurociência pode ajudar”, observou.
Em termos de desafios da aplicação da Indústria 4.0, levando para a área de manufatura, Luiz Cassiano Rando Rosolen, CEO da ROMI, acredita que há a necessidade de revisão dos perfis profissionais para preparar os profissionais do futuro, de expansão dos serviços de internet móvel e fixa, de entendimento e difusão do novo cenário tecnológico, revisão da legislação que assegura segurança da informação, bem como a propriedade intelectual em relação aos dados gerados e de redução do custo de capital a longo prazo.
Prêmio ANEFAC Profissional do Ano 2019
Ao completar 34 anos, com o tema na era da indústria 4.0, Capital Humano é a maior transformação, o Prêmio ANEFAC Profissional do Ano, um dos eventos mais tradicionais da ANEFAC, premiou, nas áreas de Economia/Finanças, Administração, Contabilidade e Jovem Destaque, respectivamente, Zeina Latif (economista-chefe da XP Investimentos), Jean Carlos Borges (CEO da Algar Telecom), Jerônimo Antunes (FEA-USP e conselheiro de empresas) e Ricardo Guimarães Filho (Fundador da Bit Capital), pela significativa contribuição ao mercado e o desenvolvimento das empresas onde atuavam.
Mery Ellen Rodrigues Cardoso, gerente de canais e alianças da Finnet, Sergio Cazela, CEO da Taxation Mind, Carlos Aragaki sócio da BDO Brasil e Marco Aleixo, gerente comercial do Jornal Valor, foram convidados para a entrega dos troféus e diplomas aos profissionais. A noite de 17 de maio, inserida dentro da grade do 21º Congresso ANEFAC, marcou a carreira desses profissionais. “Eu fiquei muito surpresa. Eu não fui aquela que falou que tudo ia dar certo, que o Brasil ia crescer. Então, apesar de todos os meus alertas, ainda fui premiada (risos). Achei isso muito positivo porque eu sou a “chata” que diz “vamos com calma”. Isso significou que a análise que estou fazendo está indo na direção certa. Fiquei muito feliz, pois o meu papel de passar a mensagem funcionou, declarou Zeina.
“Para mim, que iniciei toda a trajetória no grupo na área financeira, ter um prêmio da ANEFAC é um reconhecimento bastante importante. Estamos falando de uma associação nacional que congrega financeiros, administradores, contabilistas, então é a associação que diz que transparência, números confiáveis, práticas bastante confiáveis, segurança para quem está investindo, para quem está colocando recursos, então eu acho que nesse sentido, por si só, a ANEAFC diz muito. Ser reconhecido como um profissional do ano, pessoalmente, é motivo de muito orgulho, e, corporativamente, foi bastante celebrado, é resultado de um trabalho, de um time. Todos nós nos sentimos reconhecidos”, analisou Borges.
Para Antunes, obter o reconhecimento de uma associação que reúne as principais lideranças e os mais renomados e talentosos profissionais brasileiros das áreas de administração, finanças e contabilidade é um prêmio inestimável. “E, mais: ser agraciado como Profissional de Contabilidade do Ano pela entidade que promove o “Oscar” da Contabilidade é de um privilégio ímpar, que proporciona uma satisfação pessoal indescritível. Eu agradeço muito aos associados da ANEFAC que me concederam essa imensa alegria”, evidenciou. Premiado na categoria Jovem Destaque, Ricardo Guimarães Filho, disse que a premiação significa o reconhecimento de que estamos fazendo algo diferente do comum. “Sou muito grato pelo reconhecimento e por saber que veio de uma associação com tanta credibilidade no mercado e perante os públicos que estão relacionados com o meu trabalho”, considerou.
Atividades para todos
Os dias do Congresso ofereceram ainda atividades de entretenimento a todos os participantes. Aconteceu a Palestra – Desmistificando a Harmonização, a Copa ANEFAC/VALE SUÍÇO de Futebol e outras atividades esportivas e recreativas. No encerramento, houve pela primeira vez no Congresso ANEFAC um Baile de Máscaras.