2020 marca o final da gestão da diretoria executiva da ANEFAC sob a liderança do presidente nacional, Milton Toledo
“O objetivo era entregar uma ANEFAC renovada”, diz Milton Toledo, presidente nacional da ANEFAC 2019-2020, ao falar do término da sua gestão. Desde o primeiro momento, segundo ele, trabalharam, planejaram e realizaram para que isso pudesse acontecer. Foram pelo menos um encontro mensal da diretoria executiva, muitas conversas individuais e muito empenho dos diretores e da equipe interna da ANEFAC. Pois, era muito importante que o desafio fosse um desafio da entidade, e não de uma gestão. “Sempre me preocupei com a continuidade. Entrego uma ANEFAC atual à sociedade e aos nossos associados”, observa. Confira abaixo entrevista:
Quais foram os crescimentos pessoais e profissionais?
MT: Tive o privilégio de atuar com profissionais extremamente competentes. Da equipe da sede, passando pelos diretores, parceiros e suportados pelo Conselho de Administração, tudo foi de alto aprendizado. Saio um profissional melhor, e desejo esta experiência a qualquer executivo que goste de gente, e que queira chegar ao topo de uma carreira.
Quais são as principais conquistas que você acredita que obteve?
MT: Considero que as conquistas foram:
– desenvolvimento de um plano de continuidade;
– transformação digital: hoje, a ANEFAC é uma associação digital, que navega por este meio novo, com a mesma competência que navegou por todos os meios durante estes 52 anos;
– diretoria comprometida e alinhada com a proposta da entidade;
– implantação de processos internos de governança e transparência;
– consolidação das áreas que tem a ver com a sua proposta: administração, finanças e economia, tributos, governança, TI, PME, e ANEFAC Internacional com atuação consolidada nos EUA, Colômbia, Argentina e México;
– ampliação com conselhos regionais e com as academias;
– potencialização de prêmios e atividades tradicionais da ANEFAC, expandindo as atividades em torno deles; e
– ter avançado um pouco mais na presença regional, dentro do Brasil, enfoque social, e certificação dos profissionais, visando o seu reconhecimento.
Quase um ano inteiro da sua gestão foi impactado pela pandemia, como foi esse processo?
MT: Em 15 de março de 2020, quando começou o bloqueio em São Paulo, tínhamos pelo menos duas opções: colocar a entidade em stand by até o fim da pandemia, ou nos reinventarmos para a continuidade entregando o habitual para os associados, frente a este novo desafio. Resolvemos seguir com uma ANEFAC comprometida com seus associados, montamos imediatamente um comitê de crise, e no dia 17 de março já tínhamos as primeiras versões do podcast indo ao ar, entregando o que nossos associados precisavam saber.
Num real pioneirismo, seguimos inovando nos eventos tradicionais: Congresso ANEFAC, mas de mil pessoas conectadas em 3 dias de evento, transformar atividades tradicionalmente realizadas fisicamente, em simpósios virtuais, com a mesma qualidade e excelência que sempre fizemos.
Entregamos o tradicional Troféu Transparência – Prêmio ANEFAC . FIPECAFI -, edição 2020, o time da FIPECAFI, coordenados pelo Professor Ariovaldo dos Santos e que realizam a análise técnica do Prêmio, já tinham se reinventado para realizar a avaliação das demonstrações financeiras, e do nosso lado, todas as fases do processo de entrega do contato com as ganhadoras, entrega do certificado e, por fim, a realização da cerimônia de premiação 100% virtual, mas com a mesma emoção da presencial.
Inicialmente tínhamos pensado num evento com a participação de 100 pessoas presenciais, e os demais, virtuais. A uma semana do evento, em decorrência do crescimento dos casos de Covid-19, decidimos fazer 100% on-line para preservar a boa saúde de nossos associados. Como a grata surpresa, com mais de 1 mil pessoas participando, esse modelo permitiu que pessoas, que nunca tiveram oportunidade de participar da cerimônia, acompanhassem virtualmente.
O ano fecha com pelo menos mais dois grandes e importantes eventos que a ANEFAC realiza há anos: o Prêmio ANEFAC Profissional do ano, criamos o Profissional Mérito ANEFAC e o 12º Fechamento das Demonstração Financeiras, com o apoio da KPMG.
Ao todo foram realizados mais de mais de 100 eventos ao longo de 2020, sendo que a maior parte ocorreu virtualmente para se adaptar ao novo cenário imposto à sociedade. São incontáveis as pessoas que estiveram conectadas conosco.
Todo o mérito de todo essa transformação digital que a ANEFAC passou é do time altamente qualificado que a entidade possui e de todos os seus colaboradores.
Como você trabalhou as bandeiras da ANEFAC durante a sua gestão?
MT: As bandeiras da ANEFAC estão em seu DNA, num mundo completamente transformado e impacto pela tecnologia identificamos que elas continuam vivas e precisam mais do que nunca serem reforçadas. Sim, estamos na era da tecnologia, mas não podemos esquecer o que está em nossa essência desde sempre, como a transparência, a educação continuada, conteúdo de qualidade e o networking. Potencializadas, e inseridas em todas as atividades realizadas pela ANEFAC, não só em 2020, mas como já tínhamos trabalhado em 2019. O que mudou é que com a transformação digital podemos expandir tudo isso. Levar a ANEFAC e tudo que ela representa à mais pessoas.
Em termos de desafios, qual foi o principal?
MT: Acredito que o principal desafio, não só da ANEFAC, mas de toda a organização, são as pessoas. Isso se tornou ainda mais evidente em 2020. De um lado tínhamos nossos colaboradores, do outro as suas famílias e do outro um fator inesperado uma pandemia mundial. Trabalhei naquilo que trabalho melhor: conectar competência e pessoas. Acredito, que as pessoas precisam ser lideradas de acordo com as suas competências, buscar o que cada uma tem de melhor e direcionar para o melhor desenvolvimento das atividades do grupo como um todo. Respeitando a diversidade de ideias e a multidisciplinaridade de perfis. Criando assim uma equipe que promove isso naquilo que desenvolve.
Como contei com um time altamente qualificado, desde o Conselho de Administração, passando pela diretoria executiva a sede, a jornada se tornou ainda mais gratificante. Gosto muito de pessoas, de gente que trabalha e busca o sucesso daquilo que se propõe. É claro que, mesmo assim, não foi fácil. Nada é. Mas ao chegar ao final dessa gestão acredito que sim, foi possível.
Li outro dia em algum lugar “… em tempos de guerra, nunca pare de lutar…”. Isso reflete muito o que passamos juntos nessa jornada, pois foi o que fizemos, lutamos cada dia, cada segundo para realizar o que precisávamos realizar. Uma guerra a favor do bem da ANEFAC.
O que mais te surpreendeu nesses dois anos à frente da entidade?
MT: A disponibilidade dos executivos em trabalhar pró-associação. Todos temos as nossas atividades profissionais nas empresas que atuamos, nossas famílias e todas as outras coisas que fazemos, por isso, fiquei surpreso com o tempo que os meus colegas de diretoria dedicaram às atividades que se propuseram a fazer. Ao todo nossa gestão durou dois anos, 730 dias que senti o comprometimento dos meus pares.
Como foi equilibrar eventos, quadro associativo e outros junto recursos financeiros?
MT: Ter recursos financeiros não é sinônimo de realizações, mas não podemos imaginar que a falta dele não dificulta a realização. Mesmo com os recursos limitados, entregamos mais de 100 eventos, implantamos e revitalizamos o podcast Momento Econômico, criamos o EducaANEFAC, plataforma de conteúdo de qualidade, ampliamos nosso escopo de divulgação nas mídias, entre outras. Trabalhamos com os recursos que tínhamos e com criatividade entregamos mais do que tínhamos proposto.
Qual a sua mensagem final?
MT: Se você é um executivo, venha fazer parte da ANEFAC. Agora mais do que nunca, sei que os executivos que conduzem a entidade, trabalham em pró dos seus associados, e os associados que desfrutam do que a ANEFAC produz, serão profissionais melhores.
Algum agradecimento especial?
MT: Agradeço ao Jaime Plies, que foi o associado que me recepcionou na primeira atividade que participei na ANEFAC, no início dos anos 2000. Ao Antonio Carlos Machado, que me inseriu como diretor executivo nos mandatos de 2015 e 2016, e ao Edmir Carvalho, que me manteve como vice-presidente em 2017 e 2018 e foi o grande responsável pela oportunidade de estar na presidência da ANEFAC.
Agradeço ao Calos Ribeiro (in memoriam) e ao Bolí Rosales, mais do que pelo trabalho, mas pela parceria, e, igualmente, a toda diretoria executiva, que foram muito importantes para conseguirmos avançar de forma tão positiva durante este período.
E por fim, agradeço aos presidentes das entidades que abriram espaço para ANEFAC neste período, incluo aqui o agradecimento aos parceiros internacionais.
O meu muito obrigada a todos vocês que de alguma forma estiveram comigo nessa jornada!
Saio da Presidência, assumo uma posição no Conselho de Administração, mas estarei disponível para trabalhar a favor da ANEFAC em qualquer posição que eu esteja exercendo.
Fico muito feliz em deixar a presidência nas mãos desta empresária, professora e formadora de opinião tão competente, amiga, e que tenho certeza de que realizará um excelente trabalho neste mandato de 2021. A primeira mulher à frente da Associação, será um marco importante.