O cenário macro para 2021 será de um crescimento menor perante ao que vinha ocorrendo nos últimos anos, algo como 3% a 4%, talvez em 2021 poderemos ter um crescimento de 2%, o que não seria mal
A economia brasileira começou 2020 em recuperação, de forma marginal. No entanto, em de março, tivemos o início do efeito negativo da pandemia do Covid-19, tanto no Brasil como no restante do mundo. Não cabe aqui analisar o porquê o mundo adotou o caminho do isolamento, mesmo havendo razões objetivas e claras para que isto não fosse adotado, mas ocorreu e, a maioria da população mundial está sendo afetada pelos efeitos econômicos nefastos, causados por uma verdadeira panfobia. Mas, infelizmente, é a realidade dos fatos.
O cenário global previsto no início do ano de 2020 era um crescimento ao redor de 3% ou 3,5%, mas agora, deveremos ter um resultado ligeiramente negativo, globalmente falando. Com esta situação de “parada” que perdura para alguns segmentos, ainda que não totalmente como no início em março, os impactos ocorrerão de maneira mais grave neste ano, para a maioria dos países em desenvolvimento e, deveremos ter um aumento da pobreza a nível global.
De maneira geral, os efeitos mais negativos, em nível global, são em áreas como aviação, viagens e estadias, bem como bares e restaurantes, e isso mais forte e negativo para os países que tem uma parte importante do seu PIB nestas áreas, como: Grécia, Portugal, Espanha e França, por exemplo, que estão entre os mais afetados. Evidentemente que os efeitos se multiplicam para diversos outros países que são fornecedores e ou origem dos turistas. Num certo sentido, mas ainda limitado, o turismo local será incentivado, no entanto, é uma parcela pequena, comparativamente falando.
Este quadro de anormalidade vai adentrar 2021 com estes efeitos negativos, podendo se prolongar até que tenhamos a alternativa de vacinas, pelo menos é o que se espera. Não podemos descartar uma segunda onda de bloqueio, reforço aqui, ainda mais, sem sentido, no entanto, o temor exagerado está impregnado na humanidade.
Infelizmente pouco se tem falado dos efeitos danosos à economia com este estado de temor, causando aumento de suicídios, ou outras doenças em níveis anormais, como problemas de coração, entre outros. São efeitos de magnitude, mas até o momento não considerados.
Vale a pena mencionar que o ser humano, sempre que esteve em problemas, em crise, conseguiu buscar alternativas, saindo melhor do que anteriormente. É o que esperamos e desejamos.
O cenário macro para 2021 será de um crescimento menor perante ao que vinha ocorrendo nos últimos anos, algo como 3% a 4%, talvez em 2021 poderemos ter um crescimento de 2%, o que não seria mal.
Em parte, em função dos problemas internos dos Estados Unidos, mas a China deverá sair ainda mais fortalecida, economicamente falando, pois tem boas reservas e ainda uma mão de obra barata e subserviente ao poder central. No entanto, cremos que esta influência chinesa vai instigar na Europa e Estados Unidos, um início de movimento para o retorno da produção “em casa”, quero dizer internamente, pelo menos para itens que envolvam segurança de maneira geral, sem dúvida que a tecnologia da informação, hoje em dia, tem o maior peso.
A tecnologia da informação acabou sendo fortalecida em nível global, com muitas soluções que não necessitam de movimentação física das pessoas, desta forma, os trabalhos em casa, bem como toda a logística, foram definitivamente afetados e, no meu entender, positivamente. Efeitos da tecnologia esperados para 2030 foram antecipados e estão acontecendo agora e, novas soluções técnicas deverão surgir rapidamente, para manter este novo paradigma em nível planetário, com certeza com bons ganhos para a humanidade.
Este artigo foi escrito por Roberto Vertamatti, que é conselheiro da ANEFAC e sócio na Apus Consultoria