A estratégia tem a finalidade de capacitar a organização a conquistar clientes, num ambiente de rápidas mudanças, incerto, com oportunidades emergentes e acelerado pelas inovações disruptivas e tecnologias digitais
Os OKRs como a metodologia de gestão da atualidade
Os OKRs oferecem um modelo ágil para a gestão do desempenho dos negócios, seja uma corporação, uma empresa familiar ou uma startup. Os OKRs são posicionados como a metodologia de gestão usada com sucesso pelas empresas do Vale do Silício.
Importantes empresas são referência no uso dos OKRs: a Intel, o Google, a Amazon, a Microsoft, a Tesla, o LinkedIn, a Netflix entre outras. Essas corporações alcançaram o sucesso e adotaram os OKRs, “como um princípio organizador”, segundo Sergei Brin, cofundador da Google.
O significado dos OKRs
Os OKRs foram criados por Andrew Grove, ex-CEO da Intel, e aplicados com sucesso pelos capitalistas de risco do Vale do Silício, em especial John Doerr, que levou a metodologia para o Google, quando era um startup na fase de scale-up. Na definição de Doerr:
“Os OKRs são uma metodologia de gestão que ajuda a garantir que a empresa concentre esforços nas mesmas questões importantes em toda a organização”.
E, acrescenta: um objetivo é o que deve ser alcançado. “Os objetivos são significativos, concretos, orientados por ações e (de maneira ideal) inspiradores”.
Os resultados-chave (KR), por sua vez, “estabelecem e monitoram como chegamos ao objetivo. Os OKRs efetivos são específicos e limitados no tempo, agressivos, porém realistas. Acima de tudo, são mensuráveis e verificáveis”.
Os OKRs apresentam uma importante característica: os objetivos são audaciosos (moonshot) e difíceis de serem alcançados. Eles são complementados pelos objetivos compromissados (roofshot) que refletem a eficiência operacional e a produtividade.
Os OKRs são a estratégia em ação
Os OKRs precisam refletir o contexto estratégico da empresa e os desafios que ela está enfrentando no ambiente competitivo. Porém, os OKRs são aparentemente simples e fáceis de implementar e vale o alerta:
Por mais tentador que seja os OKRs não se iniciam com os objetivos em si, mas sim com uma direção estratégica.
Foi o que aconteceu com a Intel, o Google, a Amazon e a Netflix – o ponto de partida para o crescimento exponencial não foram os objetivos, em si, mas sim, uma consistente concepção de negócio – uma visão estratégica da empresa.
Para a implementação dos OKRs, recomendamos o seguinte fluxo: primeiro o propósito transformador (visão e missão), depois a estratégia empresarial ágil e, em seguida, os objetivos e resultados-chave.
Os OKRs visam a implementação da estratégia ágil
Na Era Digital e da Indústria 4.0, como Ming Zeng nos explica, “a estratégia não é mais análise e planejamento, mas sim um processo de experimentação em tempo real e envolvimento do cliente”.
Neste novo ecossistema dos negócios, a estratégia precisa ser ágil, isto é, ela tem por finalidade capacitar a organização a conquistar clientes, num ambiente de rápidas mudanças, incerto, com oportunidades emergentes e acelerado pelas inovações disruptivas e tecnologias digitais.
Os principais benefícios dos OKRs
A abordagem dos OKRs propícia uma série de benefícios para as corporações, empresas familiares e startups:
- a) a objetividade e rapidez na implementação, em relação às metodologias tradicionais de gestão do desempenho;
- b) os OKRs exigem o foco da organização no que é mais importante para o negócio;
- c) os OKRs estabelecem um forte vínculo entre os objetivos de curto prazo e os de longo prazo;
- d) a transparência dos objetivos em todos os níveis da organização promove o alinhamento entre as áreas da empresa, bem como a comunicação;
- e) o processo de formulação e execução da estratégia torna-se mais objetivo e concreto – e menos abstrato para os colaboradores;
- f) possibilita a gestão contínua do desempenho (progresso ou declínio) de um negócio ao longo do tempo.
Para um melhor entendimento da metodologia dos OKRs, sugerimos a leitura de nosso livro (fase de lançamento), Os OKRs e as Métricas Exponenciais – a Gestão Ágil da Estratégia na Era Digital.
Artigo escrito por Emílio Herrero Filho, diretor de planejamento estratégico da ANEFAC e sócio-diretor da Herrero Consultoria Empresarial.