Momento exige planejamento a curto prazo. Precisamos ser flexíveis e adaptáveis à imprevisibilidade dos negócios em tempos de pandemia
O estouro da pandemia revelou um cenário nunca antes visto. Ao mesmo tempo em que apenas serviços de alimentação e saúde eram categorizados como essenciais, novas necessidades e demandas iam surgindo no mercado. Trata-se, sim, de uma conjuntura em que oportunidades aparecem, mas é preciso ter cuidado ao surfar essa onda. Isso porque a crise atual não tem precedentes na história, então não sabemos o que nos reserva o próximo capítulo. O planejamento a curto prazo se torna o melhor amigo do empreendedor, que deve estar sempre preparado para curvas bruscas no caminho.
Não é só no mundo dos negócios que estamos jogando no escuro. Temos assistido, nos últimos meses, governos do mundo inteiro acertando e errando com seus protocolos para o coronavírus, porque nem as referências mais próximas do que vivemos hoje – a Gripe Espanhola, por exemplo – são semelhantes o bastante com o cenário da Covid-19 para nos indicarem o que vem a seguir. O mesmo ocorre no universo empreendedor: fomos atirados nesta nova realidade de incertezas, em que diversas variáveis externas podem interferir em nossos planos. Agora, uma coisa é certa, não podemos parar. Temos que nos reinventar em meio ao caos, mas como?
Primeiro, um lembrete: a fragilidade do cenário durante a crise não pode nos impedir de fazer planos. Como eu disse, eles funcionam melhor agora se forem de curto prazo, então é importante que saibamos traçar nossas expectativas para o futuro, sendo flexíveis e adaptáveis. Flexibilidade e adaptação, inclusive, são as palavras do momento. Se meses atrás nosso trabalho era guiado por planejamentos anuais e metas engessadas e estáticas, agora é necessário estarmos antenados a movimentações que, da noite para o dia, podem mudar nossos planos de ação.
Olhar para dentro de casa com cuidado é bastante essencial. Por exemplo, na Dux Grupo, percebemos que poderíamos usar da nossa tecnologia de controle de odores, que viemos desenvolvendo e usando há 10 anos, para incluir no nosso portfólio sistemas de desinfecção de ambientes, essenciais para o trabalho de contenção da Covid-19, especialmente na fase de reabertura da economia. As soluções combinam nossos equipamentos de nebulização de microgotas com um ativo desinfetante reconhecido pela Anvisa, podendo ser aplicadas em ambientes corporativos e domésticos sem prejudicar a saúde humana e, comprovadamente, efetivo contra a família do coronavírus.
Para viabilizar a Health Control System, precisávamos ser rápidos para acompanhar o cenário dinâmico que estamos vivendo hoje. Em março, analisamos o que estava sendo feito em outros países que já haviam controlado o vírus, tomamos decisões e estamos em constante mudança para adequar as nossas estratégias a cada momento. Em cerca de quinze dias, desenvolvemos oito produtos, para empresas e para o consumidor final, uma novidade em nossa trajetória. Isso nos ajudou a duplicar nossa receita e abrir novos postos de trabalho.
Porém, isso não é suficiente para as marcas. Um dos nossos principais desafios como empreendedores é fazer com que o consumidor se sinta seguro para voltar a comprar. As pessoas precisam sentir que as marcas estão antenadas e sensibilizadas com o cenário mundial, e que estão traduzindo esta realidade nos bens que oferecem. Basicamente, os clientes precisam saber que estão investindo em produtos e serviços úteis para os desafios dos próximos meses, quaisquer que estes sejam.
É fato que talvez sejam muitos os aspectos para os quais nosso radar deve estar em alerta. E, no fim das contas, é possível que continuemos à mercê da instabilidade da crise. Não conseguimos prever o futuro, mas com resiliência, pensamento estratégico e agilidade podemos nos preparar para o que vier.
Artigo escrito por Allan Spaziani, que é diretor administrativo da Dux Grupo.