Mahle tem o desafio de construir uma transição para o futuro onde o motor a combustão, base de seu sucesso, dividirá espaço com uma crescente eletrificação nos veículos
A transparência é algo fundamental e que deve ser sempre prioridade para a perenidade da companhia. Segundo Camargo, como companhia aberta o Troféu Transparência ANEFAC® agrega valor para os investidores e na redução do custo de captação junto ao mercado financeiro. “A busca incessante de elaborar nossas peças contábeis não apenas com um viés meramente informativo, mas, acima de tudo, comunicativo”, relata.
Tecnologia, crescimento e inovação
A partir do 2º semestre do ano passado o crescimento do mercado OE (vendas para montadoras) foi o motor de melhoria da Mahle. O crescimento de receita líquida de vendas, até junho de 2018, segundo ele ocorreu, dentre outros, devido ao impacto positivo da variação cambial mas, principalmente, ao aumento do volume de vendas no mercado de montadoras local, o qual apresentou aumento do volume nas vendas da ordem de 27,5%, crescimento este maior que os 13,3% da produção brasileira de veículos no mesmo período. “O crescimento deve vir do mercado local em razão do aumento de produção de veículos e da maior utilização da frota, os quais impactam as vendas para as montadoras e para o mercado de reposição, respectivamente. Além disso, com a desvalorização cambial no Brasil as exportações também têm nos ajudado”, explicou.
Os investimentos da empresa estão direcionados em boa parte para a automação dos processos produtivos em suas plantas objetivando a redução de custos. Para Camargo, além disso, em um ambiente econômico com constante inflação de custos a empresa tem buscado, incessantemente, uma maior eficiência via a melhoria contínua de processos. “Nossa cultura gerencial encoraja e apoia os colaboradores de maneira cotidiana, neste sentido, visa o reconhecimento e incentivo a ideias e ações que visem a eliminação de desperdícios”, avalia.
Em relação aos produtos, o desafio da Mahle é construir uma transição para o futuro onde o motor a combustão, base de seu sucesso, dividirá espaço com uma crescente eletrificação nos veículos. “Estamos trabalhando em duas frentes: localmente no aumento da eficiência do motor à combustão com o Etanol e em conjunto com a Alemanha na eletrificação do Powertrain. Ambas as frentes buscam a redução de emissões de CO2 assim como poluentes.
O Etanol se mostra uma excelente solução para o Brasil e mesmo em outros países, pois, recicla o CO2 e pode dar uma longa sobrevida ao motor à combustão, isoladamente ou em soluções híbridas. Nossa aposta no Etanol vai além com o recente lançamento do MBE2 – MAHLE Bio Etanol 2 – uma tecnologia revolucionária que aumenta o rendimento da produção de bioetanol em, no mínimo, 10%, sem que seja necessário aumentar a área plantada de cana de açúcar”, pontua o gerente.
A companhia mantém o foco nas inovações tecnológicas que envolvem desenvolvimentos em parceria com clientes com o registro de patentes e lançamento de novos produtos no mercado. Até junho de 2018, estes gastos representaram 3,2% da receita líquida de vendas, ou seja, aproximadamente R$ 40 milhões. Camargo avalia que a prioridade é agregar valor, via produtos mais tecnológicos. “Aprimoramento, tecnologia e expansão são os focos da empresa mais importantes, vale destacar o equilíbrio da participação nos mercados em que atuamos, quais sejam os segmentos EO (Equipamento Original) e Aftermarket, tanto nos mercados interno e externo. Tal equilíbrio entre nossas fontes de receita, permite-nos compensar as oscilações nestes mercados e estabilizar nossas margens de lucratividade ao longo do tempo. É algo que temos que manter”, finaliza.