Transformação: estabelecer canais de comunicação com as pessoas envolvidas é um grande diferencial de eficiência e impacta diretamente nos resultados do negócio
A transformação digital impõe às empresas, mais especificamente, à gestão de pessoas diversas mudanças. Exatamente por isso, hoje, a área de recursos humanos passa de operacional à estratégica e digital. Suas demandas incluem análise de dados, definição de objetivos e estratégias para o futuro. “Estas mudanças são crescentes na forma que as empresas estabelecem as suas estratégias e se relacionam com os seus interlocutores principais, isto é, colaboradores, acionistas, consumidores, fornecedores entre outros”, analisam Guilherme Cavalieri, superintendente de RH do AC Camargo Câncer Center e presidente da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Claudia Meirelles, head de RH da Itaúsa Investimentos e diretora executiva de comunicação da ABRH-SP, e Janine Goulart, sócia líder da área de Global Mobility da KPMG e diretora executiva de inovação e transformação digital da ABRH-SP.
Os três especialistas palestraram no Congresso ANEFAC Digital no dia 26 de maio e abordaram a digitalização responsável do trabalho: os dilemas e os desafios da gestão de pessoas no futuro do trabalho. Segundo eles, hoje em dia é muito mais simples ter acesso às informações, e, consequentemente, impactar um número muito maior de pessoas em uma fração de segundos. A forma que as empresas estabelecem seus canais de comunicação com as pessoas envolvidas é o grande diferencial de eficiência e impacta diretamente nos resultados.
Para que isso realmente aconteça adequadamente, na percepção deles, as empresas têm revisto e adaptado seus processos de forma a atender a demanda que é imediata e contínua. “Como exemplo, podemos citar formas de autoatendimento, canais de atendimento mais ágeis, eficientes e disponíveis a qualquer tempo, na simplificação e na automatização de processos, que com tecnologia tem conseguido facilitar e atender as melhores práticas de controle e segurança”, dizem eles.
Mas ao mesmo tempo, isto pode colocar em risco postos de trabalho e gerar um aumento no desemprego das pessoas menos preparadas. “O que temos visto também são empresas preocupadas e atentas à toda essa transformação e em direção a uma nova cultura de educação para o trabalho, que contribuirá para que as pessoas tenham a oportunidade de aprender novas habilidades e estejam melhor preparadas para o futuro do trabalho. Já as empresas devem encontrar profissionais capacitados para atender tudo o que vem pela frente”, defendem Goulart, Cavalieri e Meirelles.
Modelos de gestão e formatos mais ágeis de trabalho ajudam a atender as demandas e a mobilizar os colaboradores no processo de transformação digital
Os três especialistas acreditam que os dilemas estejam relacionados a uma ambiguidade de desafios que o mercado de trabalho atual tem trazido para os gestores, ao mesmo tempo que evoluiu com a transformação digital, gerou incerteza frente às qualificações necessárias da força de trabalho no futuro, provocando a busca por agilidade e rapidez nas decisões, mas ao mesmo tempo precisão para que os resultados sejam positivos. “Cada vez mais os líderes têm que tomar decisões rápidas e assertivas, que podem impactar diretamente o desempenho da empresa e a carreira do próprio profissional. Além disso, precisam fazer previsões, em um mundo complexo e imprevisível, acelerar a automatização de processos e rotinas de trabalho para que tragam eficiência e tudo isso ao mesmo tempo que aumenta produtividade e gera resultados”, alertam.
Para Goulart, Cavalieri e Meirelles, a gestão de pessoas se faz principalmente com clareza e transparência. “A liderança das empresas precisa estar integrada à estratégia de negócios e desenvolver uma forma de pensar digital para influenciar e inspirar suas equipes. Rapidamente criar novos modelos de gestão e implementar formatos mais ágeis de trabalho para atender as demandas e mobilizar os colaboradores nessa atuação. Os líderes devem ter a humildade de reconhecerem que precisam aprender constantemente e principalmente com os mais novos. O erro deve ser aceito e corrigido rapidamente. Essa é uma nova dinâmica estabelecida no mundo do trabalho”, enaltecem. A ética nas organizações não é uma opção, é de extrema relevância. A clareza e a transparência, com a qual os líderes atuam, não somente reduzem riscos, como criam uma conduta esperada por todos na condução dos negócios e das relações de trabalho, sejam internas ou externas. “Com a velocidade que a informação caminha com a transformação digital que passamos, o alinhamento de conduta e atitudes esperadas são um fator de competitividade e perenidade. É um processo contínuo de aprendizagem. Somente com valores claros e bem disseminados, por toda organização, é possível dar velocidade às decisões alinhadas aos princípios éticos”, finalizam os especilistas.
O conteúdo da palestra está disponível no Educa ANEFAC, confira: