Adriana Fellipelli, CEO da Fellipelli, fala sobre carreira e vida pessoal
“Entender a evolução de várias áreas e o que o mercado valoriza e promove. Compreender como as empresas funcionam e o que precisam dos profissionais” é um dos nortes que rege a carreira de Adriana Fellipelli, CEO da Fellipelli. Ela iniciou sua carreira em 1989, na área de outplacement e para atuar nesta área identificou ser necessário conhecer as carreiras e os seus desdobramentos.
Atuou por muitos anos na área de outplacement e logo percebeu que para avançar na carreira o profissional necessitava se conhecer melhor, até para entender o porquê algumas vezes sua carreira parou de evoluir. Com isto passou a usar diagnósticos de comportamento, personalidade, inteligência emocional, entre outros. Seu objetivo era contribuir para uma reflexão do “modus operandi” dos profissionais e com base nesta análise poder ser mais eficaz na construção de sua trajetória.
A CEO da empresa vê como tendências no mundo a continuidade do desenvolvimento dos profissionais e do autoconhecimento. Fellipelli tem um olhar para as tecnologias e como elas irão ser usadas no desenvolvimento organizacional e estratégico das empresas. Ela desenvolve coaching para C level, assessment de cargos chave e treinamento de liderança.
A psicóloga fez pós em marketing, possui formação em Gestalt Terapia, tendo formação em Coaching com base em neurociência e outras. Fundou sua primeira empresa com uma sócia em 1990, e em 2000 vendeu 51% para uma multinacional americana que queria entrar no mercado brasileiro, a Right Management, depois esta empresa foi comprada por uma empresa maior, a Manpower Group. Neste momento venderam os 49% restantes e se tornaram executivas com atuação na América Latina. Continuou por mais alguns anos até 2007, quando em 2008, fundou a empresa que preside atualmente a Fellipelli instrumentos de Diagnósticos e Consultoria, onde distribuí testes psicométricos de vários fornecedores do mundo e têm formações destes instrumentos para consultores e profissionais de RH, bem como uma escola de coaching e consultoria organizacional em desenvolvimento de liderança.
Para o futuro, das carreiras no Brasil e no mundo, a psicóloga acredita que irão andar “pari e passu” com a tecnologia, será um misto de “soft skills” e tecnologia. “A revolução 4.0 é inexorável. Não é uma questão de gostar ou não, a questão é o quão rápido me adapto e integro no meu dia-a-dia. Os comportamentos, inteligência emocional, irão ser muito valorizados porque o computador vai fazer toda a parte do raciocínio lógico, então a parte sutil do ser humano e sua interação serão diferenciais”, diz.
“Adoro a tecnologia e ela veio simplificar a minha vida. Trabalho muito bem com todos os possíveis aplicativos, plataformas, sistemas operacionais etc. Hoje, nossos clientes têm acesso aos serviços por internet, compras, prestação de serviços etc. Tudo depende de quanto estão preparados para o uso. Se necessário podemos fazer também no modo antigo para os que não se sentem tão à vontade com a tecnologia. Hoje, se sabe que o aprendizado pode e deve ser feito de forma constante e continua, e a internet ajuda neste processo também. Criamos uma rede virtual de conteúdo que apoia o contínuo aprendizado de clientes e consultores”, avalia. O mal da internet, na sua opinião, é ser controlado por ela e não ter consciência disto, se conhecer é fundamental para não se tornar marionete da tecnologia. Para ela, a tecnologia tem que estar a nosso serviço e não ao contrário. E ainda: tudo o que é trabalho repetitivo vai ser automatizado.
“A Inteligência Artificial vai ajudar a máquina a interagir com o homem, lendo suas características, acelerando o processo de “prestação de serviços” de uma maneira jamais imaginada. A questão é a velocidade que isto vai acontecer. Hoje, já temos tantos serviços online que nem sabemos como integrar com nossos hábitos. Processos de recrutamento e seleção serão feitos por realidade virtual, entrevistas poderão ser complementos, mas as informações já estarão todas disponíveis. A máquina vai atualizar os dados e saberemos tudo de um profissional, o próprio sistema atualizará e analisará o comportamento das redes sociais, compras realizadas, lugares visitados e integrará através de IA estas informações gerando relatórios”, avalia.
Quando o assunto são os desafios, segundo ela, têm vários, formar equipes para não concentrar as entregas, multiplicar o conhecimento para ter um alinhamento de conteúdo entre os consultores e continuar sempre o aprendizado. “Vejo que cada vez mais precisamos saber escolher o que aprender, pois as ofertas são inúmeras e tentadoras. Focar no que não está alinhado com a estratégia atual é um grande desafio e outro igualmente é o ‘budget”, para priorizar tantos investimentos necessários para manter a tecnologia updated. Ter profissionais que tenham os mesmos valores que a consultoria e que estejam com um propósito semelhante”, pondera.
Os principais valores que considera são ética, transparência, que se tenha vontade de aprender continuamente, que tenha inteligente emocional, que goste de gente genuinamente, que possua mentalidade de crescimento e seja ágil. De preferência, admira pessoas autônomas e que precisam de pouca direção, sejam autossuficientes e ao mesmo tempo colaborativas. Na visa pessoal, verdade, generosidade, autoconhecimento, espiritualidade, aprendizado contínuo e flexibilidade.
Sua atualização vem dos cursos que realiza, das viagens, de ler matérias globais, de conversar com as pessoas, dos grupos de inovação, entre outros. Além de estar em lugares onde possa aprender, fazer caminhadas, estudar e ler, estar com família, amigos e seus cachorros e por fim viajar!