ANEFAC investirá em estudos e pesquisas, conteúdo técnico e eventos
Fazer previsões econômicas para 2019 não é uma tarefa fácil. Ainda é cedo para falar do novo governo e de muitos outros temas que envolvem todo o cenário político brasileiro. No entanto, algumas projeções apontam para um cenário melhor do que foi ano passado. O último Boletim Focus de 2018 aumentou as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) e reduziu as da inflação para 2019. O relatório divulgado pelo Banco Central (BC) é resultado de levantamento feito na última semana do ano com mais de 100 instituições financeiras.
Algumas projeções mais otimistas elevam a previsão de crescimento da economia em 2019, de 2,53% para 2,55%. Já em relação à inflação, os economistas ouvidos pelo BC mantiveram a previsão de que o índice será de 4,07%. O mercado e a ANEFAC também mantiveram estável, em 6,50% ao ano, a estimativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic.
O núcleo de economia da ANEFAC, composto por Ailton Leite, Amador Rodriguez, Andrew Frank Storfer, Louis Frankenberg, Gennaro Oddone, Jorge Augustowski, Miguel José Ribeiro de Oliveira e Roberto Vertamatti, acredita que com base nas sinalizações do Plano de Governo de seus integrantes é importante levar algumas questões em conta:
– Perdemos muitos empregos nos últimos anos, uma verdadeira catástrofe, com a “destruição” de determinados segmentos, que terão de se reinventar e uma redução de atividade em, praticamente, todos os setores. Os empregos não serão recuperados no curto-prazo e, para que essa recuperação e o crescimento da economia aconteçam é preciso investimento interno e externo. Para que esse investimento se dê, necessitamos sinalizar ao mercado que haverá um ambiente propício, sem muitas surpresas. Essa sinalização está sendo feita pelo governo e equipe econômica, fato que já acarretou uma pequena reação positiva do mercado.
Com isso, o núcleo, avalia que a expectativa e a necessidade são:
– A redução do déficit fiscal e uma política de austeridade e redução da máquina pública, sinalizando a estabilidade dos índices, sobretudo o de inflação;
– O início das reformas estruturais, sendo a principal delas a da Previdência;
– O fortalecimento e a independência das agências de regulação, assegurando regras bem definidas e de longo-prazo de forma a alavancar os grandes investimentos em infraestrutura e em parcerias público-privadas;
– Um ambiente favorável para os negócios, como a simplificação tributária e a redução de tributos;
– Mesmo com o crescimento da economia, a manutenção dos atuais níveis de inflação e taxas de juros referenciais, porém com redução de juros para o mercado, em função da redução do risco e do volume de operações financeiras.
No mais, a grande incógnita ainda é a de saber se o governo conseguirá o necessário apoio do Congresso para dar andamento a essas medidas, de forma objetiva e num prazo curto. Além disso, temos incertezas econômicas dos mercados externos e que afetam a economia.
Modelos de negócios, juros, crédito e medidas do governo compõem agenda da ANEFAC em finanças
“Com o início do novo governo, debateremos na ANEFAC como fica “O Brasil daqui “pra” Frente”, incluindo tendências e previsões. Esse será o nosso primeiro Painel de Economia de 2019, onde trataremos dos assuntos que não estão necessariamente na mídia”, explica Jorge Augustowski, head de finanças da entidade.
O executivo ainda aponta que a ANEFAC está procurando especialistas e empresas no exterior. “Trata-se de uma empresa inovadora, de alcance mundial, que começou como uma startup. Discutiremos um tema que muito intriga os executivos: os modelos de negócios da atualidade, onde a receita e o resultado, em um primeiro momento, não são claramente percebidos, ou seja, a ‘monetização’. Também realizaremos Painéis de Economia e palestras proferidas por executivos convidados, com o objetivo de discorrer sobre um segmento/setor, ou algum tema ligado a inovação e seus reflexos na área financeira”, pontua.
A entidade planeja realizar eventos e discussões mais técnicas sobre os vários temas que envolvem o cenário econômico atual e impactam nas empresas e nos negócios por sua vez. Além disso, como expoente em pesquisas, a ANEFAC tem previsto a publicação de:
– Os impactos das alterações da taxa básica de juros (SELIC) nas operações de crédito e nos investimentos (divulgada na semana da reunião do COPOM);
– Análise mensal do relatório de Política Monetária do Banco Central;
– Análise de Dez anos de crédito no Brasil (divulgada em julho de cada ano);
– Pesquisa de Utilização do 13º salário (divulgada em novembro de cada ano).