Empresas transparentes são mais atrativas ao mercado, dizem premiados
Como princípio ético, a transparência – mais do que obrigação – é o desejo de toda a sociedade. Agir com transparência é condição inegociável para as empresas que querem adotar boas práticas de governança. Ao longo de 23 anos de história, o Troféu Transparência – Prêmio ANEFAC-FIPECAFI-SERASA EXPERIAN – se consolidou como importante instrumento de valor às empresas ganhadoras.
Não existe outra maneira aceitável das empresas atuarem, além de conduzirem os negócios com excelência ética! Por meio de um comportamento consistente e transparente, surge uma imagem pública cada vez mais positiva. Investidores, acionistas e demais stakeholders não exigem nada menos do que isso.
A relação benéfica entre transparência e melhora no desempenho da empresa só ficou mais evidente com o passar dos anos. A premiação, realizada pela ANEFAC, FIPECAFI e Serasa Experian, reflete um avanço marcante da transparência no Brasil. Para Milton Toledo, presidente nacional da ANEFAC, a verdade é que passamos por uma transformação, como tantas outras que já passamos. “Ninguém mais tolera a falta de transparência, se eu fosse um executivo que participa, de forma voluntária ou involuntária, de uma empresa que leva as suas informações ao mercado, gostaria muito de fazer parte desse momento. “Sonhamos e trabalhamos por um tempo, onde essa premiação, não seja um diferencial, mas sim parte do dia a dia do empresário”, relatou.
Não há fórmula que permita mensurar os benefícios trazidos pela prática da transparência nas demonstrações financeiras de uma empresa. Mas podemos sintetizar o impacto que ela causa a partir das opiniões dos profissionais envolvidos diariamente na sua elaboração. Em uníssono, eles afirmam: “a transparência é crucial para os negócios”. Ouvidos pela Revista ANEFAC durante a cerimônia de premiação do Troféu Transparência 2019, os profissionais responsáveis pelos relatórios avaliaram a tangibilidade do Prêmio para as empresas na relação com investidores, clientes e sociedade.
A solenidade, que contou com a presença de representantes das empresas ganhadoras, executivos do mercado, diretoria ANEFAC e membros de entidades, foi realizada no dia 15 de outubro, dia do professor, em São Paulo, e premiou as demonstrações financeiras de 14 Companhias com Receita Líquida Até R$ 5 bilhões e de dez Companhias com Receita Líquida Acima de R$ 5 bilhões. Em cada uma das duas categorias, uma empresa foi escolhida como destaque do ano.
Para Toledo, a premiação, deste ano, é especial por celebrar os 23 anos do Troféu Transparência. “A ANEFAC como uma entidade de executivos não poderia deixar de incentivar e reconhecer o executivo que participa desse Prêmio, dessa forma, além da empresa, premia o contador e, indiretamente, a equipe que está junto na elaboração das demonstrações financeiras”, declarou.
Ariovaldo dos Santos, professor da FEA-USP, membro da FIPECAFI e coordenador da comissão julgadora do Prêmio, falando sobre a elaboração das demonstrações em si, aponta que se fizermos uma retrospectiva do que vimos nos 23 anos últimos anos, as empresas melhoraram, mas ainda existem muito o que se aperfeiçoar. “Fazer um histórico das coisas que foram se alterando nas demonstrações, umas por obrigação outras porque as empresas passaram a adotar, o que foi uma coisa boa. Ainda sentimos falta de um pouco mais de coragem dos contadores e dos auditores.
Complementando, Santos cita como exemplo, se compararmos uma demonstração de 2010 com uma de hoje, identificamos que muitos ainda copiam as normas do CPC, fazendo nota explicativa que não tem nenhuma importância. As pessoas vêm repetindo isso ano após ano. E, ainda, se avaliamos com as demonstrações de outros países veremos que o número de páginas é extremante maior das brasileiras. Além disso, algumas empresas começaram a publicar o histórico de mais de dois anos, por exemplo, temos que aplaudir essa iniciativa, mas é importante colocar os valores atuais, melhorar a compatibilidade, e perceberem que o relatório de administração tem relevância”, disse.
Outro ponto levantado, na cerimônia, sobre as demonstrações financeiras, por Rodrigo Sanchez, vice-presidente de Credit Services da Serasa Experian, foi a relevância que os dados possuem nesse processo. “Os dados são o novo petróleo. Sabemos que a informação é crucial, a existência de um ambiente de negócios, que seja dinâmico e saudável, pressupõe a existência de dados confiáveis para a tomada de decisão. Isso é regra, dados bons geram decisões boas e assertivas, dados ruins geram decisões ruins”, pontua.
A Experian atua em diversas regiões e mercados, com isso, consegue perceber essa situação da importância dos dados em todo o país e no mundo. “Quanto maior a existência de informações disponíveis, para a tomada de decisões, melhor os dados precisam ser trabalhados. Ou seja, quanto maior a desistência de informações mais dinâmico e saudável aquele ambiente e menores os riscos na tomada de decisão. Na questão das grandes empresas, como é o caso das premiadas, as informações são as demonstrações financeiras, que são importantes de fato, pois contam a história da empresa. Ninguém realiza um negócio ou um investimento sem ter informações confiáveis, por isso, que a Serasa Experian, há mais de 20 anos investe nesse Prêmio, porque acredita que a transparência é crucial para as empresas realizarem negócios”, relatou Sanchez.
Com a palavra, as empresas ganhadoras, acesse o link e confira os vídeos com os depoimentos e também no Podcast Band News ANEFAC.
Companhias com Receita Líquida Até R$ 5 bilhões
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- AES Tietê: Cláudio Camargo, sócio da EY Brasil, Pedro Vitagliano Teixeira, gerente de controladoria, Hugo Satoru Nagae, coordenador de controladoria, e Camila Abel Correia da Silva, diretora de tesouraria e riscos
- B3: Cláudio Camargo, sócio da EY Brasil, João Paulo Gonzaga Pereira, superintendente de contabilidade, e Nayana Priscila Biazini, gerente de contabilidade
- CESP: Santiago Luz, sócio da BDO Brasil, Camila Marques, coordenadora de controladoria, e Mauro Marques, contador
- Cia. Hering: Santiago Luz, sócio da BDO Brasil, Cleonice Ghidolin Destri, gerente contábil, Marciel Eder Costa, diretor administrativo
- COPASA: Alvaro Ricardino, professor da PUC-SP, Elcione Soares de Oliveira, gerente de divisão de patrimônio e contabilidade e Carlos Augusto Botrel Berto, diretor financeiro e de RI
- Empresas Randon: Leila Martins, Head of Data Management and Data Governance da Serasa Experian, Paula Machado Correa, Coordenadora de Controladoria, e Paulo Prignolato, CFO
- Energisa: Alvaro Ricardino, professor da PUC-SP, Vicente Cortes de Carvalho, diretor contábil, tributário e patrimonial, e Alane Fernandes Maciel, contadora
- Engie Brasil Energia: Milton Toledo, presidente nacional da ANEFAC, Talisa Rezzieri, analista de relatórios financeiros, e Marcelo Cardoso Malta, diretor financeiro
- Grendene: Milton Toledo, presidente nacional da ANEFAC, Francisco Olinto Velo Schmitt, diretor financeiro e de RI
- ISA CTEEP: João Carlos Castilho Garcia, vice-presidente do CRCSP, Alessandro Gregori, diretor financeiro e de RI, e Carisa Portela Cristal, gerente de contabilidade
- MAHLE: João Carlos Castilho Garcia, vice-presidente do CRCSP, Daniel de Oliveira Camargo, gerente executivo contábil, e Luis Sousa, head de relações com investidores
- Naturgy: Leila Martins, Head of Data Management and Data Governance da Serasa Experian, Maria Cecilia Fontes Pinheiro, contadora, Alessandro Monteiro de Menezes, gerente contábil/fiscal, e Jorge Henrique da Silva Baeta, diretor econômico financeiro e relação com investidor
- Riachuelo – Guararapes Confecções: Pedro Lucio Siqueira Farah, conselheiro da ANEFAC, Claudia Ferreira, contadora, e Gilberto Sheizo Izumida, contador
- Sanepar: Pedro Lucio Siqueira Farah, conselheiro da ANEFAC, Abel Demetrio, diretor financeiro e de relações com investidores, e Ozires Kloster, contador
Companhias com Receita Líquida Acima de R$ 5 bilhões
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- CEMIG: Roberto Kenedi, sócio da Deloitte, Leonardo Felipe Mesquita, gerente de contabilidade de negócios, e Leonardo George de Magalhaes, superintendente de controladoria
- EDP: Roberto Kenedi, sócio da Deloitte, Andre Luis Nunes de Mello Almeida, diretor de contabilidade, tributos e gestão de ativos, e Laercio Gomes Proença Junior, gestor operacional de consolidação contábil e reporte financeiro
- Localiza: Ariovaldo dos Santos, professor da FEA-USP, Myrian Buenos Aires Moutinho, diretora de controladoria, e Mauro Antonio de Figueiredo, gerente de contabilidade
- M. Dias Branco: Ariovaldo dos Santos, professor da FEA-USP, Magali Carvalho Façanha, gerente de controladoria societária, Lara Oliveira de Alencar Monte, coordenadora de controladoria, e Fabio Cefaly de Campos Machado, diretor executivo de novos negócios e relações com investidores
- Natura: Andreia Fernandez, diretora de compliance LATAM da Serasa Experian, Viviane Behar, diretora de relações com investidores, Anderson Garbin, diretor de impostos e contabilidade, e Maria Elisa Fortino, gerente contabil sênior
- Petrobras: Andreia Fernandez, diretora de compliance LATAM da Serasa Experian, Amos da Silva Cancio, gerente geral de contabilidade da controladora, subsidiárias e do consolidado, e Rodrigo Araujo Alves, gerente executivo de contabilidade e tributário
- Raia Drogasil: Celso Oliveira, presidente da MicroStrategy, Daniel Ronze Silva, gerente de contabilidade gerencial e de custos, e Antonio Carlos Marques de Oliveira, diretor de controladoria
- Lojas Renner: Celso Oliveira, presidente da MicroStrategy, Luciano Teixeira Agliardi, diretor de controladoria, e Alexsandro de Lima Tavares, gerente contábil
- Sabesp: Carlos Pires, sócio da KPMG, Marcelo Miyagui, superintendente de contabilidade, Benedito Pinto Ferreira Braga, presidente, e Rui Affonso, diretor econômico-financeiro e de relações com investidores
- Vivo: Carlos Pires, sócio da KPMG, João Orlando Carneiro, diretor de contabilidade e projeção de receita, e Carlos Mazur, gerente sênior de contabilidade
Petrobras e CESP foram eleitas os destaques da 23ª edição
Se o primeiro movimento do ciclo virtuoso começa dentro das empresas, com abrangência para as diferentes áreas das companhias, tornando-se um valor a ser perseguido diariamente por todos os funcionários, é no mercado que a transparência passa a ser um diferencial para investidores, principalmente aqueles que desejam estabelecer uma relação de longo prazo.
Rodrigo Araujo Alves, gerente executivo de contabilidade e tributário da Petrobras, destaque deste ano entre as Companhias com Receita Líquida Acima de R$ 5 bilhões, acredita que é o trabalho com afinco e a dedicação de toda a equipe que gera valor para a empresa. “Sempre buscamos a excelência nas demonstrações financeiras. Além de cumprir o que a norma manda, buscamos o adicional, um complemento para que de fato o leitor compreenda o que aconteceu na empresa e tenha uma visão bem transparente da situação patrimonial”, acrescentou.
O destaque entre as Companhias com Receita Líquida Até R$ 5 bilhões foi a CESP. Em um momento histórico da empresa, a premiação foi motivo de orgulho para Camila Marques, coordenadora de controladoria, e para Mauro Marques, contador. “Esse Prêmio representa todo o nosso trabalho, todo o esforço que fazemos para obter o melhor resultado para a companhia”, disse.