Uma nova era no mercado de energia: inteligência artificial, robotização, digitalização de processos, analytics e mobilidade elétrica
“A EDP pauta a sua atividade pelo respeito aos mais elevados valores éticos, exigindo o mesmo posicionamento de todos os seus stakeholders. O código de Ética da Companhia é o documento que define o comportamento a ser adotado por colaboradores, terceiros e parceiros de negócio. Ele é reforçado por meio de treinamentos presenciais e on-line no âmbito do Programa de Compliance”, explica Freire.
Para ele, as normas internacionais de contabilidade são, hoje, extremamente sofisticadas e técnicas. “Se, por um lado, trouxeram rigor financeiro, por outro lado dificultam o entendimento ao leitor não especializado. As nossas demonstrações financeiras têm que ser rigorosas, mas também têm que ser de fácil entendimento para qualquer leitor. É este equilíbrio entre rigor e transparência que procuramos alcançar e a premiação nos mostra que estamos no caminho certo”, aponta.
A empresa diz que está em linha com as melhores práticas de governança do mercado, o que inclui os princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Desde que abriu capital, em 2005, aderiu ao Novo Mercado da então Bolsa de Valores de São Paulo – atual B3 -, e em 2017, figurou pela 12ª vez consecutiva no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) com renovação, no fim do ano, para a carteira de 2018. Apesar de não negociar papéis no mercado de capitais norte-americano, as demonstrações financeiras também seguem procedimentos em conformidade com as determinações do Sistema de Controle Interno do Reporte Financeiro (SCIRF), baseado na Lei Sarbanes-Oxley (SOX).
Inteligência artificial, robotização, digitalização de processos, analytics e mobilidade elétrica
Focada nos segmentos de transmissão, distribuição e serviços de energia, a EDP inicia uma nova etapa de crescimento após o fim de um ciclo de investimentos em geração, com a entrega das usinas hidrelétricas Santo Antônio do Jari (2014), Cachoeira Caldeirão (2016) e São Manoel (2018). Para este ano, a empresa prevê um aumento de quase 30% nos investimentos em relação a 2017, chegando a R$1,4 bilhão.
Do total que será investido, R$ 630 milhões serão destinados às distribuidoras para expansão e melhoria das redes e R$ 298 milhões à aquisição de 19,62% do capital da Celesc, distribuidora de energia de Santa Catarina. “Temos hoje o compromisso de investir R$ 3,1 bilhões até 2022 na construção de 1,3 mil quilômetros de linhas e de quatro subestações em Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Maranhão. Além disso, estão previstos, para os próximos 12 meses, R$ 100 milhões em aportes na área de Solar e R$ 30 milhões em Eficiência Energética”, aponta Henrique Freire, CFO da EDP no Brasil.
A empresa está investindo, também, em robotização, digitalização de processos, a meta é chegar a 120 processos robotizados até o fim de 2018. Para isso, a EDP foi a primeira empresa do setor elétrico a criar um Centro de Excelência em Robotização (CER), com uma equipe certificada e dedicada a automatizar e gerenciar a força de trabalho digital. Já foram disponibilizados mais de 80 robôs programados para a realização de processos repetitivos, como calcular e emitir guias para pagamento de tributos, permitindo que os colaboradores se concentrem em tarefas mais criativas e analíticas.
“Recentemente, anunciamos o lançamento do Movimento Brasil Digital, por meio da união entre o Pacto Empresarial Brasileiro pela Digitalização Humanizada do Trabalho, promovido em parceria com a EY, Korn Ferry e FIAP, e o Manifesto Nação Digital, liderado pela IT Mídia e Fundação Dom Cabral. A iniciativa propõe uma série de ações para transformar o País em uma referência em inovação e inclusão digital”, destaca Freire.
Alinhada com o escopo do Movimento Brasil Digital, a EDP e a EY, juntamente com a Universidade de São Paulo (USP), iniciaram no ano passado um projeto pioneiro de Pesquisa & Desenvolvimento para sistemas de inteligência artificial aplicados à área de distribuição de energia. Com investimento de R$ 8,3 milhões ao longo de 18 meses, o projeto estuda os impactos da automação de processos com robôs de última geração.
Para o CFO, a iniciativa tem como objetivo a estruturação de um observatório de tecnologias disruptivas que analisará, entre outros temas relevantes, os impactos da digitalização na formação e gestão da força de trabalho. “A partir desse estudo, será possível identificar, medir e mitigar os aspectos socioeconômicos e culturais, ajudando a definir um novo perfil para os colaboradores e corpos diretivos das empresas diante das mudanças trazidas pelo uso de novas tecnologias”, relata.
Ainda na área de tecnologia, em 2017, a EDP criou a área de Analytics com o objetivo de utilizar dados e análises para tornar o processo de tomada de decisão de forma mais eficiente. A área estrutura e relaciona diversas bases de informação e recorre a técnicas como modelagem estatística, mineração de dados e otimização, entre outras. Para ele, uma das principais vantagens dessa abordagem é a possibilidade de analisar um grande volume de dados provenientes de diferentes fontes de dados de forma rápida e eficiente. “Temos, como exemplo de resultados obtidos com a ajuda dessa área, a redução dos índices de inadimplência e perdas, por meio da classificação de risco de cada cliente e da identificação de casos de fraude em nossa área de concessão”, cita.
Quanto o assunto é mobilidade elétrica, a EDP Brasil e o BMW Group Brasil inauguraram em julho o maior corredor de postos de carregamento para veículos elétricos da América Latina, interligando as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Foram instaladas seis estações de recarga ao longo da rodovia Presidente Dutra, num trecho de cerca de 430 quilômetros.
GD, eficiência energética e expansão do mercado livre
Atuando em geração distribuída fotovoltaica há pouco tempo, no ano passado, a empresa acordou nove projetos solares, que somam 10,7 MWp de capacidade instalada. Para os próximos 12 meses, a previsão de investimento é de R$ 100 milhões, o suficiente para ampliar a capacidade instalada da Companhia em cerca de 30 MWp.
Para Henrique Freire, o destaque, desses projetos, vai para um projeto solar implementado em 2017 pela EDP em um shopping center na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. “Ao todo, foram 4.160 placas solares em seis geradores fotovoltaicos na cobertura do empreendimento. O complexo tem capacidade instalada de 1,3 MWp, o suficiente para abastecer 1.300 residências. Graças ao uso dos painéis, calcula-se que mais de 160 toneladas de gás carbônico deixarão de ser emitidas pelo empreendimento anualmente, o que corresponde ao plantio de mais de 12 mil árvores”, argumenta.
O Brasil possui abundância de recurso solar de 1.550 a 2.350 kWh/m² por ano, o que mostra o grande potencial de crescimento da modalidade de geração distribuída fotovoltaica no País. Para ele, esta solução gera uma série de benefícios para o ambiente de negócios nacional: Diversificação da matriz energética, evitando dependência de uma única fonte de energia (hídrica); Geração de empregos – 30 empregos diretos e 3,1 empregos indiretos por MW instalado (Fonte ABSOLAR); Possibilidade de desenvolver cadeia produtiva nacional, por meio da fabricação dos equipamentos utilizados na solução; Melhor aproveitamento dos recursos; e Maior eficiência energética nos empreendimentos.
Outra grande aposta da EDP, é a eficiência energética que é gerenciada pela área de Serviços em Energia, cujas ações proporcionam a redução do consumo de eletricidade do cliente por meio de serviços que aumentem a eficiência energética e do desenvolvimento de projetos de geração e cogeração de energia por fontes menos poluentes. Em 2017, foram realizados 23 projetos, que contribuíram para a economia de 51,85 GWh nos clientes e para a redução de 30.457 toneladas de CO2.
E não para por aí, as perspectivas da EDP são positivas quanto ao mercado de energia no Brasil. Com a expansão nos próximos anos do Ambiente de Contratação Livre, a ampliação do Mercado Livre de Energia, Freire acredita que isso traz uma maior possibilidade de escolha para o consumidor e tende a ampliar a produtividade de indústrias e comércios, que podem avaliar qual o melhor modelo para a sua atividade.
Atuando no mercado de Comercialização de energia desde 2001, operando no Mercado Livre, e como comercializadora varejista desde o ano passado, a EDP comercializou um volume de energia em torno de 17.804 GWh no ano passado, aumento de 37,2% na comparação com 2016 (12.980 GWh). Para o CFO, o movimento é diretamente proporcional ao crescimento da base de clientes, com 337 na conclusão do ano (eram 272 em 2016).