Pensar de forma orgânica toda a sua estrutura está entre as receitas da EDP para superar a crise e continuar crescendo
Na visão de Leandro Rigamontte, diretor de contabilidade e gestão de ativos da EDP no Brasil, as normas internacionais de contabilidade são, hoje, extremante sofisticadas e técnicas. “Se, por um lado, trouxeram rigor financeiro, por outro dificultam o entendimento do leitor não especializado. Por isso, as demonstrações financeiras devem ser rigorosas, mas também precisam ser de fácil entendimento para qualquer leitor. Nossa principal dica, às empresas, é buscar este equilíbrio entre rigor e transparência ao comunicar esse tipo de informação”, diz
Na EDP, a transparência é um elemento fundamental para transmitir credibilidade, além de manter a atratividade e o acesso a investimentos, bem como comunicar de forma clara e transparente, ao mercado, as informações financeiras e fatos relevantes contribui para reduzir a chance de interpretações errôneas ou equivocadas, podendo influenciar positivamente as decisões econômicas dos investidores.
A companhia está honrada e feliz em ser reconhecida com o Troféu Transparência 2020, pelo sétimo ano consecutivo, por causa da transparência e qualidade das suas demonstrações financeiras. “O Troféu aponta que nossas políticas de governança seguem em linha com as melhores práticas do mercado, o que inclui os protocolos para garantir transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Com isso, mantemos um canal aberto de diálogo entre a EDP e seus stakeholders”, enfatiza Leandro.
Para a companhia, a transparência está diretamente ligada à credibilidade e à reputação de uma empresa, tornando-a mais atraente para investidores, clientes e profissionais qualificados. O ganho de relevância de fatores não financeiros na escolha de uma empresa para investir, sintetizada pelos indicadores ESG, por exemplo, mostra o quanto a reputação de uma empresa pode interferir no seu valor de mercado.
Na visão da EDP, a transparência gera valor à companhia por proporcionar maior facilidade no levantamento de capital em ofertas públicas, na qualificação de uma empresa para a participação em editais e licitações, no relacionamento com os órgãos reguladores, e na credibilidade de uma companhia em momentos de captação de recursos junto a instituições financeiras e atrair investidores.
EDP passou a pensar de forma orgânica toda a sua estrutura, foram criados oito subcomitês, em campos diferente, com a missão de levantar informações e oportunidades
Neste ano de pandemia, a EDP adotou um plano de ação para mitigar o impacto da crise da Covid-19 sobre o negócio, chamado Plano 3R. Num primeiro momento, a companhia ativou seus protocolos de gestão de crise e colocou em marcha um plano de contingência cujas prioridades eram: proteger suas pessoas, garantir a continuidade de sua operação e ajudar a sociedade. Superada a primeira etapa de reação à pandemia (react), a EDP passou a trabalhar na recuperação de resultados (recover) e na identificação de alternativas e oportunidades dentro do novo cenário (reshape).
Com isso, os resultados já começaram a ser percebidos no segundo trimestre, no qual registra lucro líquido de R$ 237 milhões, número 25,5% maior que o do mesmo período do ano anterior. O EBITDA chegou a R$ 586 milhões, um crescimento de 5,5% na comparação com 2019. Graças a esse desempenho, a companhia fechou o semestre com EBITDA de R$ 1,3 bilhão, um avanço de 1,9%, e lucro líquido de R$ 508 milhões, uma alta de 4,9% sobre a primeira metade do ano passado. O foco de crescimento da EDP não foi alterado: seguiu apostando no segmento de redes reguladas e nos novos negócios, com destaque para os segmentos de energia solar e mobilidade elétrica.
Houve esforços realizados em diversas frentes, pela companhia. Logo após o início da pandemia, a EDP passou a pensar de forma orgânica toda a sua estrutura. Foram criados oito subcomitês com a missão de levantar informações e oportunidades em cinco campos: Green recovering e Growth, Digital e Cliente, Inovação e Capital Allocation e Diversidade & Inclusão e Workplace reshaping.
Um exemplo de movimento, na perspectiva de Green recovering, foi a adesão, em junho, ao compromisso de garantir que, até 2030, 100% da energia gerada pela EDP seja de origem renovável, contribuindo para que o aquecimento global não exceda 1,5°C. Isso foi feito por meio da assinatura do Business Ambition for 1,5ºC – Our Only Future, da Organização das Nações Unidas (ONU). Na frente de Capital Allocation, merece destaque a aquisição de 1.318.100 ações preferenciais da Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A (Celesc). Com esta operação, a EDP passou a 28,77% do capital social da distribuidora catarinense, algo que que faz parte do objetivo estratégico de reforçar sua presença e as sinergias em Santa Catarina, onde a já constrói dois empreendimentos, os lotes Q e 21 de linhas de transmissão.