Nova diretora executiva da ANEFAC, Luciana Bacci Costa, é especialista em governança corporativa há anos
O desejo de uma sociedade melhor para todos acompanha as ações de Luciana Bacci Costa. Há 32 anos ela atua em gestão de riscos, segurança da informação, compliance, controle interno, auditoria interna, gerenciamento de projetos, melhoria de processos e governança corporativa. Vê nesse último tópico, fator importante na geração de valor para as empresas e stakeholders (investidores, empregados e credores).
Com especialização em compliance, finanças, contabilidade e controladoria e pós-graduação em administração de empresas e graduação em análise de sistemas e processamento de dados. Atua no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) há mais de quinze anos, nos dois últimos anos exercendo a função de coordenadora da Comissão de Gerenciamento de Riscos. Agora é diretora executiva da área de Governança Corporativa da ANEFAC. “Acredito que todos os momentos foram importantes na minha carreira, pois tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, diversos segmentos de indústrias e evoluir, constantemente, no meu aprendizado e aperfeiçoamento tanto no âmbito técnico como pessoal”, diz.
Costa iniciou sua carreira em desenvolvimento de sistemas, depois de seis anos foi para o mundo da consultoria, onde aprendeu a importância de conhecer a necessidade do cliente, desenhar a solução, conquistar a sua confiança e superar as expectativas na entrega dos resultados. “Por aproximadamente 24 anos foquei em assessorar as empresas na busca de uma governança corporativa melhor. Tive a oportunidade de atuar nos mais diversos setores dentre eles: agronegócio, bens de consumo, cimento, cosméticos, energia, farmacêutico, infraestrutura, mercado financeiro, mineração e metais, papel e celulose, seguros, siderurgia, telecomunicação e tecnologia. Já nos últimos seis anos atuei como gestora dos temas de gestão de riscos, compliance, controles internos e segurança da informação no Grupo Ecorodovias, sendo os últimos quase quatro anos na Serasa Experian”, explica.
Entre os valores que acredita, estão a ética, a honestidade, a empatia, o respeito e a solidariedade pois, entende que nascemos para viver em uma sociedade e ajudar uns aos outros. Quando o assunto é vida pessoal, os momentos marcantes são: o casamento, o nascimento do seu filho, suas conquistas profissionais e a celebração diária de momentos felizes junto a pessoas de sua convivência, quer sejam amigos, familiares e/ou colegas de trabalho.
Transparência é mote de governança corporativa, assim como da ANEFAC
A criação da diretoria de Governança Corporativa na ANEFAC, da qual Costa atuará, vem para contribuir com os valores de transparência empresarial e trazer à discussão os demais princípios de governança relacionados a equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. “Nosso intuito é discutir as práticas que permeiam a governança corporativa, dentre eles, a gestão de riscos, temas de compliance e ética e integridade, controles internos, auditoria, segurança da informação e demonstrar como estas práticas adicionam valor para as empresas e, consequentemente, refletem nos resultados econômico-financeiros”, ressalta.
Com relação ao nível de maturidade da governança corporativa no Brasil, segundo ela, há de se considerar os diferentes tipos de empresas (abertas, fechadas, mistas, startups e scale-ups, empresas familiares etc.), assim como as suas peculiaridades e regulamentações aplicáveis. “Neste sentido podemos entender que se encontram em diferentes estágios, mesmo considerando as abertas que possuem forte regulamentação aplicável. Já é uma realidade no Brasil, a governança corporativa vem seguindo as tendências internacionais por meio da adoção do sistema “pratique ou explique”. Nele as companhias abertas têm a oportunidade de informar, ao mercado, se seguem as práticas recomendadas pelo informe sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas. Quando sinalizam que adotam parcialmente ou não alguma prática, elas devem explicar o porquê”, analisa.
Em pesquisa realizada pelo IBGC (veja aqui) em conjunto com o escritório de advocacia Tozzini Freire: Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes das Companhias Abertas Brasileiras (2018), com a participação de 95 empresas de capital aberto, que deveriam atender a Instrução CVM 586, além de treze voluntárias, observou-se que 64,6% foi a taxa média de aderência das companhias às práticas recomendadas pelo Código. Adicionalmente, a pesquisa detalha mais uma série de análises interessantes sobre a maturidade de governança corporativa que vale a pena serem observadas.
Em outra pesquisa, realizada pelo IBGC, observa Costa, apontou-se que uma média de 54% dos gestores de startups e scale-ups (empresas que já testaram e comprovaram a sustentabilidade do negócio) afirmam que a empresa não possui regras de governança corporativa como soluções de conflitos por arbitragem, futuros aportes de capital e venda de participação societária. As que possuem regras, mas não formalizadas, chegam a uma média de 9%. “Neste cenário, cabe destacar que o tema governança corporativa deve existir e perpetuar qualquer tipo de negócio e hoje percebemos que existe um grande engajamento da sociedade, empresas, governo, órgãos de controle e instituições como a ANEFAC e o IBGC, por exemplo, que trabalham na conquista de uma governança corporativa mais eficiente e eficaz para todos. Sendo assim, este será o meu papel na ANEFAC, que estou assumindo com muito entusiasmo”, explica.
Além disso, a especialista, entende que a transformação digital é uma prerrogativa para o crescimento sustentável das empresas e não é diferente no Brasil. “Há uma intensa disrupção nos modelos de negócio e as empresas precisam estar atentas aos riscos e oportunidades que este momento traz e considerá-los no seu planejamento estratégico. Para surfar esta onda necessitam pensar em novos mercados e em níveis de automação, bem como começar mudando o seu modelo mental e considerar os investimentos e recursos necessários para avançarem nesta grande jornada”, finaliza.