Mercado de TI da América Latina deve ter aumento de quase 5% em 2020
Impulsionado principalmente por investimentos em nuvem, IA, blockchain, segurança, hardware e serviços, de acordo com o IDC (International Data Corporation), o setor de Tecnologia da Informação na América Latina crescerá 4,8% em 2020. É fato que a TI tem assumido, cada vez mais, papel de destaque nas empresas latino-americanas e influencia diretamente o seu desenvolvimento e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da região. “Todas as indústrias podem se beneficiar da tecnologia com o blockchain, por exemplo, porque todos os setores e ecossistemas precisam ter transparência sobre qualquer mudança realizada em seus ambientes. Blockchain continuará avançando para transformar a maneira de produzir ou distribuir alimentos e/ou rastrear medicamentos, proporcionando maior confiança no consumidor final. Sua aplicação na próxima década não terá limites”, aponta Marcelo Spaziani, VP de Global Markets da América Latina da IBM.
Ao citar um exemplo do impacto, usa um grande varejista que começou a usar o blockchain para garantir a qualidade de um projeto, onde usando a ferramenta em toda a cadeia para rastrear o produto desde a origem até a venda. O consumidor consegue ter acesso a todos os dados do produto ao fazer a compra, isso traz uma experiência completamente nova e passa a ser um diferencial de negócio impulsionado pela tecnologia. Ao complementar, Carla Coelho, VP de Commercial e Digital da América Latina da IBM , mostra como tendência para a próxima década o interesse em estruturar dados, muitas vezes quando se começa essa jornada de tornar esses dados ferramentas para atender melhor os clientes se está buscando a transformação digital.
Tecnologia está disponível à todas as empresas na América Latina
“Trazer a inteligência e tirar o maior benefício e, com isso, fornecer o melhor ao cliente, seja na personalização e ou em novas ofertas. Tivemos um cliente, um escritório de advocacia, no projeto IBM Garage, que precisava acessar todos os diários oficiais e utilizava muitos advogados para fazer esse trabalho, manualmente, para enviar aos clientes as mudanças de legislação. A ideia era que esses profissionais fossem destinados à consultoria, então fizemos a implantação de robotização para acessar esse conteúdo e o escritório passou a ter eficiência e dar sugestões aos profissionais para atender melhor os clientes. Uma simples solução que auxilia o negócio a obter um diferencial”, explica Coelho.
O IBM Garage é centralizado no cliente. Envolve equipes diversificadas e capacitadas que serão suas parceiras para idealizar e aplicar tecnologias funcionais para criar e ajustar rapidamente a escala de ideias que podem impulsionar drasticamente seus negócios para que se torne uma empresa inovadora.
Segundo Coelho, o IBM Garage é uma forma de oferecer soluções às empresas tradicionais, aquelas que ainda não possuem um DNA tecnológico, mas que buscam interagir com a tecnologia. Ela explica que, inicialmente, o objetivo delas é encontrar oportunidades em redução de custos, aí quando começa a abrir o leque e percebe que não é só a planilha em Excel, mas que existe uma infinidade de opções. Primeiro se começa pela dor e depois a desenvolver um trabalho, mesmo que seja um processo pequeno, um MVP, por exemplo, que já transforma a empresa e a partir daí com ou sem a IBM resolve os seus problemas com tecnologia. “A empresa sai com um protótipo de uma solução que, imediatamente, já aplica e abre o horizonte do que mais consegue fazer para se transformar. Então na minha área a gente começa por redução de custos, mas consegue desbravar esses outros universos com conhecimento”, diz.
“Com o projeto de Garagem, em média de seis a oito semanas a empresa já sai com um protótipo. Podemos fazer a automação de pequenos projetos, que podem dar um grande impacto. Mas é claro que com relação a transparência da empresa, por exemplo, um sistema de gestão integrado traz ganhos importantes”, salienta Spaziani.
É importante que as empresas tradicionais entendam que a tecnologia está aí para todas. Na IBM são atendidas desde startups, que já nascem com DNA tecnológico, as empresas tradicionais que precisam desenvolver essa cultura. Para o VP de Global Markets da América Latina da IBM, cada uma irá consumir a tecnologia de acordo com a sua capacidade e necessidade, mas se falamos em inteligência artificial, internet das coisas, blockchain e analytics, tudo está disponível e pode ser utilizado e isso traz uma tremenda oportunidade de transformação para todo o mundo. “A gente quando fala da empresa cognitiva ela tem que fazer uso das opções que tem. 80% dos dados do mundo estão dentro das tradicionais. E não estão tirando proveito disso. Quanta informação da gestão está em planilha e não na mão de pessoas para auxiliar. A empresa só vai ter informações adequadas se tiver dados adequados. Se a base é ruim todas as informações não são confiáveis”, relata.
A IBM apoia startups de várias áreas também. Casos bem disruptivos. Uma empresa, por exemplo, que utiliza blockchain para realizar o registro da venda de imóveis online. Ela registra, tem acordo com os cartórios e as construtoras e já faz todo o processo de registro online e integrado. Isso evita documentos falsos, possibilita integridade da informação, além do benefício da redução de custo Brasil. Nessa linha, a IBM tem um banco que faz todas as suas transações online desde a abertura da conta. Outro destaque é um sistema de terceirização do processo de compras de recursos humanos para diversas empresas. Isso faz parte do backoffice cognitivo. “O que a empresa tem é a eficiência da tecnologia aplicada ao negócio. Não é vender uma tecnologia por vender, mas entender o negócio, tira o que não tem valor e coloca os profissionais em atividades mais importantes”, reforça Marcelo Spaziani.
Com isso, Carla Coelho, acredita que quem mais ganha é o cliente e/o usuário. “Tivemos um cliente nos Estados Unidos da América que utilizou a geolocalização para abrir uma franquia de fastfood como seu negócio. Ou seja, quero abrir uma loja, vou ver a localização, o volume de dados de pessoas que circulam naquele local, qual é o caminho que utilizam, não se acessa os dados do usuário, mas sim o volume naquela região etc. Essa franquia está tendo muito retorno, porque atendeu o usuário final, pois trabalhou os dados estruturados”, finaliza.